terça-feira, 29 de setembro de 2009

Crónica de Miguel Sousa Tavares: "O que se sofre de longe"

NORTADA

Por Miguel Sousa Tavares

"O que se sofre de longe!

AS últimas semanas foram um calvário para um portista de todos os dias, como eu. Ausente onde nem sequer a televisão portuguesa chega, falhei sucessivamente o FC Porto-Leixões, Chelsea-FC Porto, Braga-FC Porto e FC Porto-Sporting. Quatro jogos, de que a única coisa que soube foi o resultado final. No mais, limitei-me a tentar adivinhar, a antecipar o onze e a forma como a equipa se portaria e a desejar a notícia de uma vitória no final. O saldo acabou em duas vitórias e duas derrotas e, como sempre e absurdamente me acontece, invadiu-me o remorso de ter estado ausente, acreditando que, se aqui estivesse, não teríamos perdido dois jogos.

O black-out total só foi rompido uma vez, no jogo de Stamford Bridge, em que consegui aceder a um site inglês que ia relatando o jogo em tempo praticamente real, mas sem direito a quaisquer imagens. Mais valia que não o tivesse conseguido: é que bastou-me ver a equipa que Jesualdo Ferreira tinha escolhido para iniciar o jogo, para ficar logo mal disposto.

Uma vez mais (e já aqui escrevi tantas vezes sobre isso!), Jesualdo Ferreira não fugiu ao comportamento típico do treinador português no momento de enfrentar um desafio europeu que surge como maior do que a aparente capacidade da equipa: mudar tudo o que é habitual e está treinado e rotinado, para reforçar a defesa e o meio-campo e enfraquecer o ataque, na esperança que do céu caia um empatezinho a zero. E, todavia, ele já adquiriu suficiente experiência internacional à frente dos dragões para que lhe seja exigível um comportamento menos provinciano e menos medroso. Aliás, na véspera, Jesualdo Ferreira, ao comentar o triste histórico dos jogos do FC Porto em Inglaterra para as competições europeias (13 jogos, 2 empates e 11 derrotas), tinha dito que algum dia o FC Porto acabaria por ganhar um jogo, quando tivesse atitude para isso, e prometendo que, pelo seu lado, nada iria mudar na forma habitual de jogar da equipa, apesar de ir ter pela frente a que ele considerava a melhor equipa inglesa do momento.

Afinal, tudo aconteceu ao contrário. Pelo que li nas crónicas subsequentes e nos próprios comentários do site inglês, o Chelsea que o FC Porto enfrentou está longe de estar em forma e, desfalcado de Drogba, mostrou-se um adversário perfeitamente ao alcance, pelo menos de um empate — assim houvesse coragem para o enfrentar olhos nos olhos. Logo aí, Jesualdo mostrou que tinha o adversário mal estudado e que os seus temores tinham mais que ver com o passado do que com o presente.

Depois (meu Deus!), o homem que tinha prometido nada mudar na equipa, fez só isto: num dos flancos de ataque tirou a boa surpresa desta época, Silvestre Varela, para entregar o lugar ao seu fiasco de estimação — Mariano González — assim preferindo um peso-morto a um desequilibrador nato. E, para rematar em beleza (numa equipa cuja grande dificuldade tem sido conseguir marcar golos), tira o ponta-de-lança Falcao, preferindo, à boa maneira dos treinadores portugueses, «reforçar o meio-campo», com o trapalhão do Guarín (que, desde que chegou ao FC Porto apenas fez um jogo conseguido, contra uma equipa dos distritais, para a Taça). Ou seja, Jesualdo tratou, logo à partida, de mostrar que estava borrado de medo do Chelsea e, como era inevitável, transmitiu esse medo à equipa, que jogou todo o primeiro tempo entrincheirada atrás dos escudos, como uma corte romana enfrentando um exército de bárbaros muito superior. E, claro, aconteceu o que sempre acontece quando se joga para o zero-zero, com medo do adversário: num golpe fortuito, o Chelsea chegou ao golo e só então é que Jesualdo, perdido por cem, perdido por mil, desfez os erros cometidos de entrada e soltou os cavalos para que o FC Porto corresse atrás do prejuízo e da sorte. Mas está escrito, está escrito desde há muito, que a sorte só ajuda os audazes, não os medrosos. O FC Porto perdeu em Londres porque o seu treinador teve medo de tentar ganhar. Esta história já é antiga e já começa a fartar. Não que seja justo exigir que o FC Porto vá jogar fora com os colossos ingleses, com um orçamento infinitamente mais elástico, e se bata sempre de igual para igual. Mas é justo exigir que o seu treinador não se coloque à partida numa atitude de submissão e temor, auto-diminuindo a capacidade da equipa para conseguir uma proeza. E, como já vi esta história escrita várias vezes, pergunto: digam-me quando é que esta fabulosa estratégia lusa de tirar avançados e reforçar o meio-campo, em jogos de dificuldade maior, deu resultados? Quando?

A seguir — ao que li e ao que me contaram — tanto em Braga, como depois contra o Sporting, o FC Porto acusou sobremaneira o cansaço do onze mais utilizado, perdendo o primeiro jogo e ganhando periclitantemente o segundo. E aí chegamos a um outro problema, que já vem da época passada e que aparentemente se repete este ano, apesar de mais onze reforços comprados no mercado de Verão, toda uma equipa: Jesualdo não dispõe de suplentes, não apenas ao nível dos titulares habituais, mas ao nível exigível para suplentes de uma equipa que disputa a Champions e o penta-campeonato. Com tantos e tantos jogadores de categoria por aí emprestados ou dispensados de borla, olha-se para o banco do FC Porto e suspira-se de impotência. E amanhã, num jogo que é absolutamente necessário vencer contra o Atlético de Madrid, e com as baixas de Fernando, Varela e Rodríguez, adivinhem quem é que Jesualdo Ferreira tem para os substituir? Guarín, Mariano e Farías. Um trio que mete medo!

Vale ao FC Porto que o Atlético de Madrid atravessa um péssimo momento, de resultados e exibições, e que conseguiu até a proeza de empatar a zero, em casa, contra o Apoel de Chipre — os tais que, em tempos idos, encaixaram 16-0 do Sporting, em Alvalade. Mesmo assim, e desfalcado daqueles três, com Raul Meireles a arrastar-se, segundo rezam as crónicas (e que mal reforçado que foi o meio-campo, que tanto precisava de bons reforços, ainda mais depois da saída de Lucho!), o grande problema amanhã vai ser o habitual: construir jogadas para golo. Mas tenhamos fé, porque a vontade de vencer e o espírito de conquista, esses, felizmente, nunca morrem por ali.

E é bom estar de volta e poder seguir intimamente o meu FC Porto. Mas não só: também estou muito curioso de ver, porque ainda não vi, o novo Benfica, que dizem transfigurado, uma máquina de futebol e golos, apontada a uma vitória certa entre muros. E também a surpresa deste início de campeonato (todos os anos há uma, que rapidamente se esfuma…): o Sporting de Braga. Quero ver com os meus olhos se as tais seis vitórias a abrir são fruto do mérito, da sorte, das circunstâncias ou de tudo um pouco. Este ano chego atrasado, mas espero bem que ainda muito a tempo de ver o melhor da época. E isso inclui a qualificação da Selecção para a África do Sul."

in abola.pt

domingo, 27 de setembro de 2009

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Temos mais de 200 chaves para a Beta de SuperCar Challenge para oferecer

Para ganhar este, é ainda mais fácil.

Basta-vos mandar um e-mail para overdadeiroportugal@hotmail.com com a vossa psnid que o código para fazerem o download será enviado.

Claro está que isto tudo só na PlayStation 3

Acabo o post com um desejo de Boas Betas!

Lista dos vencedores:

- Filipe Silva

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Criatura estranha encontrada num lago do Panamá

Uma estranha criatura intriga a população de uma cidade do Panamá. Morto por quatro adolescentes num lago de Cerro Azul, esta descoberta é um ser não identificado e é apontado como extraterrestre, porém pode ser apenas um animal ainda não catalogado pelos biólogos ou com problemas de formação avança o G1.

Foi no passado sábado que os jovens viram uma criatura bizarra a sair de uma gruta. Assustados com sua aparência e com medo de serem atacados, os jovens atiraram pedras até matar a criatura.

A notícia logo se espalhou pela cidade. Retirada do lago, a criatura foi apontada como um ET por moradores da região e pela imprensa local. Outros a descreveram como o personagem «Gollum», da trilogia «O senhor dos anéis».

De acordo como jornal Telemetro, o especialista em vida silvestre do órgão nacional, Melquiades Ramos disse que o caso está a ser investigado e que as características da criatura são «muito peculiares».

Nesta terça-feira também foi encontrado no local um animal sem cabeça, que seria um bicho-preguiça. Ainda não se sabe se há alguma relação com o caso do ser encontrado no fim de semana.

Fonte: iol

sábado, 19 de setembro de 2009

Temos 5 chaves para a Beta de Uncharted para oferecer

Para ganhar é muitos simples.

A primeira pessoa a enviar um e-mail a pedir uma chave para overdadeiroportugal@hotmail.com ganha. No e-mail terão de enviar também a vossa psnid para averiguar se possuem conta, ou não.

O grande vencedor das 14.00 foi o Filipe Marques.
O vencedor das 15.00 foi o Diogo Mota.
O feliz contemplado das 16.00 foi o Luís Marques.
O vencedor das 17.00 foi o João Miguel.
O último vencedor (para já...) foi o Nuno Gomes!


segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Zon tem 1,3 milhões de casas cobertas a 100 Mbps

Rodrigo Costa, administrador da Zon, anunciou hoje que já chegou aos 1,3 milhões de lares cobertos com acessos de 100 Mbps. Até ao final de 2009, a operadora conta ter cerca 2,8 milhões de lares cobertos. Sem precisar um número, a Zon informa que cerca de um terço dos novos clientes tem optado pelas velocidades de 100 Mbps. Os responsáveis da detentora da TV Cabo informaram que o por “casas cobertas” deve entender-se casas cuja proximidade da rede da Zon permite aceder a uma determinada velocidade num máximo de três dias (no caso de não terem já essa velocidade instalada).

O conceito de “casas cobertas” foi adoptado pela operadora segundo directivas propostas pelo Instituto Civil da Autodisciplina da Comunicação Comercial (ICAP), após as queixas apresentadas durante a semana passada pela PT contra a campanha publicitária da Zon Fibra. A expansão da rede teve por base a remodelação dos “nós” que fornecem os acessos a bairros e ruas das várias localidades portuguesas, mas também a migração para o software Docsis 3.0. Rodrigo Costa desmistifica a suposta superioridade tecnológica da instalação de fibra óptica até dentro de casa dos clientes ( Fiber To The Home ou FTTH) face à rede híbridas da Zon, cujo último troço que liga às casas dos clientes é composto por cabo coaxial: «Um terço da rede da Zon tem fibra óptica e presta os mesmos serviços prestados por quem tem uma rede integral de fibra óptica.

Além disso, antes dos nossos concorrentes, já tínhamos clientes com acessos de fibra óptica em casa que vieram da compra da TV Tel». Depois de se dizer «indignado» por «um concorrente querer apropriar-se do termo fibra», o líder da Zon lembrou que o importante «é já poder fornecer vídeos de Alta Definição (HD) e poder disponibilizar 100 Mbps a 1,3 milhões de casas».

O responsável da Zon lembrou que a evolução da banda larga não vai parar por aqui – até porque os testes nas velocidades de 200 Mbps vão prosseguir, o que leva a crer que, em breve, haverá novidades. Quanto ao diferendo que PT e Zon têm protagonizado em torno das campanhas de publicidade, Rodrigo Costa também não hesitou em considerar que a «comunicação do nosso concorrente não corresponde à realidade».

Todas estas declarações foram proferidas no dia em que a Zon anunciou ter alcançado, durante o primeiro semestre de 2009, 391 mil clientes de triple play, 3,2 milhões de modalidades de serviços contratadas, 29,1 milhões de euros de lucro e 400,6 milhões de euros de receitas.

Fonte: exameinformatica

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Os clientes mais bizarros do supermercado Walmart


Se estivéssemos nos EUA, era caso para dizer "cuidado com a forma como se veste para ir às compras, porque pode ser fotografado". E depois a sua imagem pode ir parar um site que está a fazer sucesso. É o que tem acontecido a dezenas de clientes do Walmart.

O site People of Walmart foi lançado no início de Agosto, mas foi na última semana do mês passado que se tornou viral, chegando a registar aumentos de tráfego na ordem dos 700% depois de merecer referência em vários sites.

Mas o que é então o People of Walmart ? Nada mais que um site criado por três jovens, que se propupnha, incicialmente, publicar fotografias enviadas pelos amigos, tiradas no gigante de vendas americano Walmart. Mas a popularidade do site ultrapassou em muito o círculo de amizades dos seus fundadores e já houve dias em que mais de 100 uploads de fotos foram feitos.

Se não lhe parece interesante, adiantamos que por lá se encontram imagens de clientes em trajes reduzidos, vestidos de super-heróis, com roupa quatro números abaixo, com o que parece ser uma ratazana gigante na cabeça e até cabras...

http://peopleofwalmart.com/

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Crónica de Miguel Sousa Tavares: "Erros Velhos, Má Fortuna"

NORTADA

Por Miguel Sousa Tavares

ERROS VELHOS, MÁ FORTUNA

1 Ainda não foi desta que ficou esclarecido se estaremos ou não no Mundial do ano que vem, na África do Sul. Temos que continuar a fazer contas, esperar mais um jogo pelo menos, ter fé na aritmética e nos milagres. Enfim, o nosso fado habitual.

Mas, desta vez, ninguém pode dizer que não nos batemos pela vitória e contra o destino até ao último minuto e até ao último fôlego. Os 25 minutos finais, quer da primeira, quer da segunda parte, foram jogados ao nível exigível a quem quer estar num Mundial. A Dinamarca pode agradecer a todos os deuses ter conseguido uma vitória e um empate nos dois jogos contra Portugal, em que foi claramente dominada de ambas as vezes. Quando se remata 35 vezes à baliza, acertando catorze e apenas se marca um golo, enquanto que o adversário remata treze vezes e acerta uma que logo dá em golo, é legítimo queixar-se da sorte. Não a tivemos, de facto. Nem em Lisboa nem em Copenhaga. E que somos melhor equipa que a Dinamarca, não me parece terem ficado dúvidas a ninguém.

O problema é que os verdadeiros vencedores não podem estar dependentes da sorte ou das decisões dos árbitros. Podemos queixar-nos do penalty que Busacca não viu ou do azar das oportunidades perdidas. Podemos queixar-nos uma, duas vezes. Três já é demais: parece o Sporting. Os verdadeiros vencedores jogam contra a sorte e contra os árbitros, jogam o suficiente para se colocarem ao abrigo de factores aleatórios. E, quer em Lisboa, quer em Copenhaga, jogámos o suficiente para ficarmos fora do alcance dos factores aleatórios. Jogámos, sim: mas jogámos, como sempre, um futebol estéril.

Se ficarmos fora do Mundial não é porque não tenhamos equipa para lá estar. É porque a cultura do remate para golo não existe no nosso futebol. Somos óptimos a fintar, a simular, a fazer tabelinhas, a fazer circular a bola, a arrancar toques e números circenses que entusiasmam a plateia. Mas rematar à baliza para marcar golo, e não apenas por rematar, isso não sabemos fazer. Na hora de matar a jogada e o jogo, somos absolutamente indigentes, incompetentes. Eu, se fosse seleccionador, preocupava-me muito pouco com tácticas e estratégias e losangos e linhas de passe e tudo o resto: gastava quatro quintos de cada treino a ensaiar remates à baliza até os jogadores suplicarem misericórdia, mas aprenderem de olhos fechados a dimensão da baliza, a sua localização na hora do remate, a posição do corpo ao chutar, etc. — noções básicas e essenciais do jogo que qualquer profissional devia saber. A coisa mais banal de ver num jogo de futebol em Portugal é ser aceite com toda a normalidade (a começar pelos próprios jogadores) que 80 por cento dos remates à baliza não acertem no alvo — como se ele não tivesse 9,15 de comprimento por 2,30 de altura.

Também acho injusto crucificar Carlos Queiroz. Se os jogadores não acertam por sistema na baliza ou, quando acertam, é inofensivo, a culpa não é dele, pois o mal vem muito lá de trás e tem raízes e explicações mais complexas. E o resto é a falta de baraka que ele tem — sobretudo se pensarmos no seu antecessor, Scolari, que é o tipo com mais sorte ao jogo que eu alguma vez vi. Desta vez e quanto muito, podemos questionar porque razão o seleccionador, depois de ter jogado a cartada oportunista do Liedson, resolveu não o meter de início: eternamente ficaremos a pensar que com o Liedson no lugar do Simão, não teríamos desperdiçado aqueles dois golos fáceis que o Simão desperdiçou na primeira parte. Será que foi uma afirmação de autoridade cientifica, pelo facto de todos os jornalistas que acompanham a Selecção terem apostado que o Liedson jogava de início? Se foi, pagámos caro a vaidade. O António Oliveira tinha o hábito de fazer isso: mudava a linha de cada vez que a imprensa descobria os seus planos para o onze inicial. Foi assim que ele entrou para o Guinness, nunca repetindo o mesmo onze inicial do FC Porto em todas as quinze jornadas da primeira volta de um campeonato. Só que o Oliveira tinha um toque de génio que Queiroz não tem e que vi em raros treinadores: ele conseguia, de facto, transformar a equipa a partir do banco. E não esperava nem 70, nem 60, nem 45 minutos para o fazer: punha o onze errado de entrada só para não satisfazer os jornalistas, mas logo depois corrigia, assim que via que aquilo não estava a funcionar. «Quem sabe, faz a hora, não espera acontecer».

Enfim, venha a vitória em Budapeste e as que faltam, venha o encosto da Suécia em Copenhaga, venha o milagre de que precisamos. Se não é que este país cai mesmo na depressão!

2 O dr. Ricardo Costa, presidente do Conselho de Disciplina da Liga, escreveu dois extensos artigos no «Público» onde procurou demonstrar a lógica e a justiça da sua actuação e do órgão que dirige no chamado processo «Apito Dourado». Duas páginas inteiras de jornal é muito, é mais do que suficiente para, ou se demonstrar que se tem razão, ou para se fingir que tem. No primeiro caso, isso depende de se ter mesmo razão; no segundo, depende do talento literário. No caso do dr. Ricardo Costa, foi uma oportunidade perdida: porque não tem razão nem nunca teve e porque não tem talento literário algum.

O seu extensíssimo arrazoado, em estilo burocrático/narrativo, é um texto inextrincável para qualquer ser pensante, juristas incluídos. Duvido que alguém tenha conseguido lê-lo até ao fim e entender do que se tratava sem se perder algures. Eu esforcei-me e consegui ler até ao fim, mas já não consegui entender o que ele dizia, a páginas tantas.

Em substância, percebi que o dr. Ricardo Costa visava, obviamente, explicar o embaraço de ter condenado na justiça desportiva réus que a justiça comum declarou inocentes. E julga ultrapassar essa dificuldade explicando que ambas as jurisdições são independentes entre si. Sem dúvida que sim. Resta que ele — que confessa que todo o seu material de prova lhe foi fornecido pelo Ministério Público, em fase de averiguações — julgou e condenou, clubes e pessoas, com base em factos que os tribunais julgaram não provados. E com base num testemunho que o tribunal acusou de perjúrio. Bem pode até passar a assinar uma coluna semanal no «Público» que jamais ultrapassará isto: os factos em que ele se apoiou para condenar não existiram. O resto é conversa fiada.

3 O Jornal «I» perguntou a alguns ex-craques do futebol quem terá sido o melhor jogador de sempre: Pelé ou Maradona. As opiniões dividiram-se entre ambos, com excepção de Eusébio, que votou em Alfredo Di Stéfano. Entro na escolha para dar a minha opinião de «futebolista de bancada»: para mim, o melhor jogador que alguma vez vi jogar não foi nem Pelé, nem Maradona, nem Di Stéfano, nem o próprio Eusébio, que bem merece estar na short list. O melhor jogador que vi, o mais inteligente, o mais completo, o mais genial, foi um senhor chamado Johan Cruyff, que apareceu para o mundo numa célebre vitória do Ajax de Amesterdão no Estádio da Luz e que explodiu para a História no FC Barcelona.

in abola.pt

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

FC Porto sem transmissões em sinal aberto

Existe por aí um anúncio a reportar-se às transmissões dos jogos da Liga Sagres em que temos um estendal onde se pendura uma camisola do FC Porto. No andar de baixo, a cena repete-se com 2 camisolas do Sporting. Por fim, no andar imediatamente abaixo, aparecem estendidas 4 camisolas do Benfica.

Pelos vistos, continuamos a ter anúncios a reportarem-se a «mitos» que estão cada vez mais difíceis de explicar. Apesar de todo o alarido de volta dos clubes de Lisboa o jogo televisionado com mais espectadores neste início de temporada foi um jogo envolvendo o FC Porto...

Na realidade, aquele anúncio porventura terá mais a ver com o número de jogos a que cada clube terá direito em sinal aberto. Para já, e com apenas 4 jornada disputadas, temos o seguinte balanço:

1ª Jornada da Liga:
Sporting em sinal aberto (RTP)
2ª Jornada da Liga:
Sporting em sinal aberto (RTP)
3ª Jornada da Liga:
Benfica em sinal aberto (RTP)
4ª Jornada da Liga:
Sporting em sinal aberto (RTP)

Em 4 jornadas, e desde o dia 14 Agosto, não foi possível ver os tetracampeões de Portugal em sinal aberto. A última vez que tal sucedeu foi no dia 8 de Agosto, ou seja praticamente um mês, no jogo a contar para a Supertaça.

Outro aspecto importante: este estudo retrata apenas os serviços da RTP, que são supostamente de serviçi público. Está mais uma vez muito claro que para a RTP temos portugueses de 1ª e portugueses de 2ª. Valerá a pena falar dos canais privados que emitem em sinal aberto? A SIC, por exemplo, já transmitiu as importantíssimas e interessantíssimas partidas entre o Real Madrid e o Rosenborg, o Real Madrid em Dortmund, e ainda um jogo entre o Barcelona e o Bilbao. Não nos podemos esquecer que para estes canais já vamos em «tetra», e portanto agora os bons são os lá de fora. Temos Madrid e Barcelona que sempre são pertinho. Tudo isto a fazer lembrar aqueles tempos inenarráveis do Jorge Schnitzer e companhia...

Haverá aqui outra razão para este alheamento? Vamos arriscar uma: como é óbvio, ao FC Porto reserva-se a SportTV, até porque é normal que o visionamento do futebol de maior qualidade do tetracampeão, único representante português na Champions League, seja apenas possível pagando-se...

E por falar em Champions League? Agora que sabemos que o FC Porto terá as receitas de televisão todas para si, o que significa isto na prática para os adeptos do FC Porto? Veremos os jogos em sinal aberto?

E no actual "estado de coisas", teremos mais jogos da Champions League ou da...Liga Europa em sinal aberto?