terça-feira, 30 de março de 2010

Miguel Sousa Tavares: Um tributo a Bruno Alves e a Lionel Messi

1 Muito raras vezes vi um jogador de futebol fazer um percurso tão extraordinário quanto Bruno Alves. Quando, há uns anos, o então inofensivo Benfica quebrou um jejum de largos anos e ganhou no Dragão por 2-0, Bruno Alves estava praticamente a ensaiar os seus primeiros passos no FC Porto e a sua prestação foi má demais: teve culpas num golo, ofereceu outro e acabou expulso depois de agredir Nuno Gomes, num acesso de descontrolo. Achei então que não havia futuro para ele no FC Porto. Mas — e com Jesualdo Ferreira — ele soube contrariar um destino que parecia traçado: em dois ou três anos, transformou-se num dos melhores centrais do mundo. É inigualável em poder de impulsão e jogo aéreo, inultrapassável em entrega ao jogo e atitude competitiva, e brilhante na ocupação do espaço que defende e na leitura da construção do jogo de trás para a frente.

É verdade que muitas vezes se excede na forma como entra às jogadas e aos adversários, mas só quem nunca jogou futebol e nada entende do jogo pode confundir isso com violência ou anti-jogo. Muitos outros que aí estão, bem menos exuberantes e generosos na entrega ao jogo, procuram, não a bola, mas as canelas dos adversários, à socapa, disfarçadamente, cobardemente — mas magoando e deixando mossas. Ele, não: nunca partiu a perna a um adversário (o Mossoró ou o Anderson que o digam…), nunca remeteu alguém para o estaleiro e passa jogos inteiros (que ninguém repara) sem cometer uma única falta. Sim, tem mau feitio a jogar — mas nisto, como em tudo o resto, eu prefiro mil vezes as pessoas com mau feitio e bom carácter do que o oposto. Também John McEnroe, que foi o maior tenista de todos os tempos, tinha mau feitio e era perseguido pela imprensa politicamente correcta — que hoje o venera como comentador e lenda viva do ténis que valia a pena ver.

As virgens pudicas que por aí proliferam quiseram, uma vez mais, crucificar Bruno Alves pela sua actuação no Algarve. Eu vi e revi os tão citados quatro lances em que dizem que ele deveria ter sido expulso e em nenhum deles vi jogo subterrâneo e sujo, vontade deliberada de aleijar o adversário (excepto, no ultimo, uma tentativa de intimidação). Vi, sim, excesso de atitude e de entrega, raiva pelo decurso do jogo. Reacções condenáveis e decerto puníveis, mas não mais do que isso. Não mais do que o desespero de um vencedor perante a derrota, como quando apontou para o emblema do clube e mostrou os quatro dedos, um por cada campeonato que ele e os seus companheiros conquistaram — e que deveriam merecer mais respeito das indignadas virgens. Primeiro, diziam que ele já não se entregava à defesa da camisola que veste porque o clube o não deixou sair; mas depois, e afinal, é de excesso de entrega que é acusado.

Mas em Junho próximo, quando ele estiver vestido com as cores da Selecção, o País vai torcer para que Bruno Alves seja igual a si próprio e para que todos os outros se entreguem ao jogo como ele. E se, depois do Mundial e como tantos desejam, ele sair mesmo para o estrangeiro, aí vira herói nacional e a mesma imprensa que agora o massacra vai passar a idolatrá-lo. Tão certo como eu me chamar Miguel. Força, Bruno, não se preocupe: ao contrário do que possa parecer, as vozes de virgens não chegam ao céu.

2 Numa noite cinzenta e chuvosa de Novembro de 2003, assisti ao vivo à inauguração do Estádio do Dragão e ao baptismo no futebol sénior de um miúdo argentino de 17 anos, chamado Lionel Messi, que nessa noite se estreou pelo Barcelona. Dois anos e meio depois, na antevisão do Mundial da Alemanha e respondendo a um inquérito da A Bola junto dos seus colunistas sobre quem iria ser o melhor jogador do Mundial, eu respondi Lionel Messi. Mas o seleccionador argentino não comungava do meu entusiasmo e deixou Messi sentado no banco, até a Argentina ser enviada para casa, sem honra nem glória. Em 2009, no auge da Ronaldofobia, atrevi-me a escrever aqui um texto ao arrepio da histeria patriótico-futebolística herdada do consulado de Scolari, dizendo que, perdoassem-me pelo crime de lesa-pátria, mas, apesar de achar que Cristiano Ronaldo era, indiscutivelmente, um fora-de-série, para mim, o melhor jogador do mundo chamava-se… Lionel Messi. Com um ano de atraso, finalmente, lá vi os crânios que entendem disto concordarem comigo.

Foi preciso que Messi tenha marcado um «golo à Maradona» e que tenha ganho a Liga dos Campeões — porque parece que não pode haver títulos individuais sem títulos colectivos, o que julgo bastante redutor (foi assim que o banal Canavarro conseguiu ser eleito o melhor do mundo em 2007, só por ter sido campeão do mundo pela Itália).
Agora, que Messi assinou um segundo «golo à Maradona» e dois hat-tricks seguidos na Liga espanhola, intervalados por dois golos num jogo da Liga dos Campeões, discute-se se ele não será mesmo o melhor jogador de todos os tempos. Tem apenas 24 anos e muito tempo para manter viva a discussão. Mas, se é preciso responder já à pergunta, a minha resposta é que provavelmente sim. O melhor jogador que eu alguma vez vi jogar, o mais completo, o mais genial e regular na sua generalidade, foi Johan Cruyff. Maradona era mais espectacular, mas menos eficaz, Pelé e Eusébio mais instinto e talento bruto, mas menos inteligência de jogo. Mas, se pensarmos em como os espaços eram maiores, o ritmo mais lento e as marcações menos impiedosas, talvez nenhum deles conseguisse fazer o que Messi hoje faz. Ele integra-se no jogo a uma velocidade instantânea, que os defesas não conseguem acompanhar, e é capaz de decidir, em cada instante, se joga para a equipa ou se joga sozinho, direito ao golo. E, quando opta pela solidão e pela investida direito à baliza adversária, quando tira partido de cada centímetro vago e de cada subtil desequilíbrio do defesa à sua frente, o pequeno Messi cresce à dimensão de um dançarino de tango no bairro de Palermo, Buenos Aires. Parece empurrado pelos deuses, senhor de um destino que ninguém, nem ele mesmo, consegue já travar. Na verdade, não sei se algum dia voltaremos a ver um jogador como ele. Deus proteja Lionel Messi!

3 Ouvi o António-Pedro Vasconcelos falar do «começo do hooliganismo» a propósito dos incidentes com os Super Dragões no Algarve. Deve estar a brincar: se há algum marco histórico para isso, o hooliganismo por cá começou quando um adepto do Benfica matou um do Sporting numa final da Taça, lançando um very-light direito à claque sportinguista. Continuou quando uma das claques benfiquistas foi buscar o material armazenado no Estádio da Luz e invadiu um autocarro com a equipa de hóquei em patins do FC Porto lá dentro, agredindo os jogadores com bastões e tacos de basebol e deixando um jogador em coma. E continuou ainda quando dois adeptos sportinguistas morreram quando desabou um varandim de Alvalade onde estavam a apedrejar o autocarro do FC Porto — continuando depois a apedrejar o médico do FC Porto que assistia os adeptos sportinguistas caídos no chão. Ou quando o carro do presidente do FC Porto e o autocarro do clube foram emboscados e apedrejados há poucas semanas, num viaduto da A-5, a caminho do Estoril, para um jogo da Taça da Liga. Por onde tem andado o António-Pedro?

4 O «jogo do título» foi previsivelmente táctico e fraco do ponto de vista futebolístico. Ganhou a única das duas equipas que tem cultura de futebol de ataque — e, sem atacar, dificilmente se voa até ao topo. O melhor de tudo foi, de longe, a arbitragem de Pedro Proença e os seus auxiliares: firme mas tranquila, isenta, personalizada, sem alardes. Um único senão: a falta de um amarelo a Di María, por tantas e tão impudicas simulações de faltas e agressões, iniciadas logo aos 4 minutos.

5Hulk voltou em grande estilo: um golo e três assistências para golo — a última das quais anulada sem motivo sequer aparente (e já lá vão quatro golos limpinhos anulados ao Falcão — assim é difícil ganhar a Bola de Prata!).

Já disse, e não volto atrás, que seria injusto e até pouco sério especular sobre o que teria sido o campeonato se o dr. Ricardo Costa não tem resolvido ser parte decisiva nele: o melhor futebol visto ao longo do ano foi do Benfica e ponto final. Mas não posso deixar de dizer que acho simplesmente indecoroso que tantos arautos da «verdade desportiva» tenham gasto tanta energia e tanta inteligência a tentar convencer-nos que um pontapé no traseiro de um steward infiltrado no túnel da Luz, como agente provocador, merecesse quatro meses de suspensão daquele que é (para quem gosta de futebol…) um dos jogadores emocionantes do nosso tão pouco emocionante campeonato. Espero voltar ao tema em breve, mas, por ora, só queria registar isto: a prestação de Hulk no Restelo foi a única coisa que correu mal ao Benfica, no fim-de-semana passado. Agradeçam ao dr. Ricardo Costa.

Miguel Sousa Tavares n' A Bola.

sábado, 27 de março de 2010

Jimmy Fallon lança paródia de "Lost" - vídeo

E se em vez de um avião fosse um misterioso elevador do edifício da NBC, o 30 Rock, a despenhar-se? Então teríamos "Late", a versão da série "Lost" assinada pelo humorista Jimmy Fallon.

A estreia da derradeira temporada da série televisiva foi um dos grandes acontecimentos da semana passada. O apresentador do programa da NBC "Late Night With Jimmy Fallon" aproveitou o buzz, assumiu-se como fã e lançou o vídeo promocional da paródia "Late".

A Jimmy Fallon pouco parece interessar que "Lost" seja um produto da cadeia concorrente ABC. Como se pode ver no trailer, o humorista tem uma única preocupação: por causa do acidente, está atrasado ("late") para o programa.
"Late" estreia na sexta-feira.



Fonte: Jornal I

Tech: Será o melhor PDA desenvolvido até ao momento

Esta semana o mundo dos gadgets esteve um pouco parado, e à excepção de dois acontecimentos não houve ocorrências de relevo.

O primeiro acontecimento foi o anúncio da data de lançamento do novo HTC EVO 4G. Este PDA irá revolucionar, a partir do próximo verão, o mundo dos telemóveis. Será definitivamente o melhor PDA desenvolvido até ao momento e em comparação com o recém-lançado HTC HD2 está, sem dúvida, num patamar superior.

A começar pelo ecrã de 4-3 polegadas, com uma resolução de 480x800 e a terminar na capacidade de gravar vídeos, com uma resolução até 720p, o EVO 4G é sem dúvida um colosso da tecnologia. Para além disso, incorporará um Snapdragon QSD8650 de 1GHz, 512MB de memória RAM e 1GB de memória interna, coisa que até agora não acontecia nos restantes PDAs da marca.

O HTC EVO 4G contará, ainda, com uma câmara de 8 megapixel, que ultrapassa em larga medida a capacidade do seu mais directo concorrente, o HD2. As melhores características deste PDA serão, sem sombra de dúvidas, a saída HDMI e a tecnologia 4G, dez vezes mais rápida do que a sua antecessora, a 3G.

Para já, o lançamento está previsto apenas para os Estados Unidos, mas a esperança é que chegue o mais rápido possível a território europeu.

Quanto à segunda novidade, vem directamente do mundo dos videojogos. Falo do lançamento, no dia 23, do Just Cause 2. Este jogo, sequela do Just Cause, promete. Para além de ter um motor de jogo completamente diferente, todos os pormenores foram aprimorados. Para quem acha que o mapa de GTA IV é gigantesco, vai ficar completamente abismado quando clicar no pause e tiver acesso ao mapa do jogo. Basicamente, o cenário é um conjunto de ilhas, mais concretamente as ilhas Panau, no arquipélago do Malay. Obviamente que o nome da ilha é fictício, mas a geografia assemelha-se em tudo à Nova Zelândia e ao Havai. Resumindo, são centenas de quilómetros de cidades, deserto, montanha e floresta que temos à nossa disposição para explorar.

A história do jogo não é novidade. Encaramos a pele de um mercenário que tenta combater a corrupção e os actos de terrorismo cometidos por vários generais. O que a distingue da sua antecessora é a forma como completamos as missões. Agora teremos acesso a novas armas, que poderão ser melhoradas através de itens coleccionáveis e ainda, a um leque variadíssimo de veículos, todos eles com condução e físicas bem diferentes. De destacar o Boeing 737 e um helicóptero com capacidade para rebocar outros veículos. Para além disso, a possibilidade de saltar de uma ravina e fazer basejump ainda se mantém, o que para os amantes de desportos radicais é uma mais-valia.

Está previsto o lançamento de uma versão de coleccionador, que para além de outras coisas, contará com um mapa com os melhores pontos para fazer basejump e ainda uma série de armas e veículos exclusivos.

É sem dúvida um jogo revolucionário. Não tanto pela história, mas pelo cenário quase infindável, que nos ocupará várias horas de jogo.

Por Abílio Diz para o blog OVerdadeiroPortugal e Jornal Fórum

Rui Moreira: Sentença tardia

NÃO fiquei surpreendido com a decisão do Conselho de Justiça da FPF. Não tenho formação jurídica nem sou especialista em justiça desportiva, mas apreendi a ler e a interpretar textos nos bancos da escola. Por isso, e ainda antes de ouvir as doutas opiniões e ler os pareceres jurídicos de muitas pessoas respeitáveis, expliquei nesta coluna porque razão os stewards não são agentes desportivos, ao contrário do que foi defendido neste jornal, que antecipou e adivinhou a sentença da Liga.

Não me conformei com a morosidade do processo nem aceitei a sentença, proferida numa lamentável conferência de imprensa em que um justiceiro em vestes de Pilatos confessou que a pena lhe parecia excessiva mas resultava da lei. Por essa altura, já era evidente para quem não se deixa cegar pela clubite aguda, que a desproporcionalidade da pena não resultava da letra ou do espírito da lei, mas da forma iníqua como esta fora interpretada.

Foi por isso que participei numa pacífica manifestação junto à sede da Liga, para fúria de alguns dos meus detractores, que têm saudades dos gloriosos tempos em que estes actos eram ilegais e em que o FC Porto era proibido de ganhar fosse o que fosse. Felizmente, e como vivemos em liberdade, temos o direito e o dever de protestar contra a injustiça.

Vivemos, também, num país onde há gente com decência, competência e bom senso, como agora se comprova. O CJ não absolveu os atletas do FC Porto, como não absolvera o seu Director de Comunicação, mas voltou a reduzir a sentença do CD da Liga, que já então fizera uma interpretação errada e dolosa dos regulamentos.

Pouco haverá a acrescentar sobre este caso vergonhoso. Infelizmente, a justiça chega tarde e a más horas, quer para o FC Porto quer para os seus jogadores, a quem resta exigir as indemnizações a que têm direito. A verdade desportiva nunca será reposta e o FC Porto não recorrerá à secretaria, porque esse não é o seu desporto favorito.

Logo que conheci a sentença do CJ, defendi que Hermínio Loureiro se devia demitir, como veio a acontecer horas mais tarde. Lamento que o faça pelas piores razões. É que, segundo nos conta José Manuel Delgado, Hermínio diz-se, imagine-se, indignado, não entendendo que são os portistas que têm direito a esse sentimento. O que lhe vale é que, nesta hora difícil, conta com o apoio do Benfica, que não esconde a sua gratidão pela sua missão e pelos serviços que prestou à causa da moralização e da credibilização.

Se o Benfica ganhar o campeonato, e por muito que tenha sido a equipa que melhor futebol jogou, essa moralização e credibilização terá contribuído para que o título fique indelevelmente ligado às toupeiras, da mesma forma que o seu anterior título ficou ligado ao Estorilgate. É essa, afinal, a triste conclusão deste caso, e o legado de Hermínio Loureiro e de Ricardo Costa para a história do nosso futebol.

O terceiro desastre

DEPOIS de Alvalade e de Londres, ainda nos faltava passar pelo calvário algarvio. Como me lembro do futebol dos anos sessenta, tenho dificuldade em concordar que esta é a pior equipa do FC Porto, mas não tenho pejo em afirmar que é a mais vulnerável e instável dos últimos trinta e cinco anos. Lamento, por isso, que Jesualdo Ferreira, por quem os associados sentem gratidão e estima, se tenha prestado aos episódios deprimentes que constituíram o flash interview e a conferência de imprensa no final do jogo. Só ele viu um jogo equilibrado e, se houve uma coisa que não esteve em campo, foi uma equipa digna das tradições de FC Porto.

Onde anda Bruno Alves?

Oque se passa com Bruno Alves? Não sei se está mal aconselhado ou triste por não ter sido transferido para Espanha, mas esse Eldorado só está ao seu alcance se voltar às grandes exibições. Imagino, também, que esteja acabrunhado por a sua equipa estar a jogar mal, e zangado por ter sido castigado pelo incidente com Tomás Costa. Nada disso explica as suas fracas exibições e, principalmente, o seu comportamento no Algarve onde, se estivesse sob a tutela de um treinador com um resquício de autoridade, teria sido substituído ao intervalo, depois de ter protagonizado uma cena lamentável aplacada por Nélson Puga, num jogo que só completou graças à benevolência do árbitro.

Que plantel para o futuro?

NÃO gosto de sentenciar jogadores, porque o seu rendimento depende de um conjunto de circunstâncias: da metodologia de treino e da forma física, do dispositivo táctico e da sua inserção na equipa, da sua motivação e estado de alma. Ainda assim, quando olhamos para o plantel do FC Porto neste final de temporada, e descontando a infelicidade das muitas lesões, é inevitável pensar que, para que a próxima época não seja um desastre, vai ser precisa uma revolução. Basta olhar para o meio-campo, para perceber que muita coisa terá de mudar. Fernando, Ruben e Meireles terão sempre lugar no plantel, mas que fazer com todos os outros que não se têm conseguido afirmar?

Equação difícil

PARA sustentar uma época sem as receitas da UEFA, o FC Porto deveria reduzir o custo do seu plantel através de dispensas, o que se complica por haver jogadores cujos salários excessivos não condizem com as suas qualidades e que não aceitarão rescindir os seus contratos. A alternativa passa por voltar a fazer mais-valias com os jogadores cujos passes têm valor comercial, que são precisamente aqueles de que o clube mais necessita por razões desportivas. É essa a difícil equação que se coloca à sua gestão. A solução passa por encontrar um treinador que mereça a paciência dos associados, porque vai ser preciso tempo para construir uma nova equipa competitiva, com um orçamento mais realista.

Rui Moreira n' A Bola.

terça-feira, 23 de março de 2010

MST: Qual será o prémio dos srs. administradores, este ano?

1 Filmados lado a lado no final do jogo, no Estádio do Algarve, Pinto da Costa e Adelino Caldeira eram a imagem exuberante da derrota. Não apenas da derrota no jogo, na Taça da Liga ou na época toda, mas da derrota inapelável de um modelo de gestão que consiste em destroçar a equipa todos os anos, vendendo todos os grandes jogadores para comprar carregamentos de indigentes futebolistas sul-americanos.

Agora, que tanto se fala dos prémios dos gestores, públicos e privados, e que os actuais dirigentes da SAD do FC Porto estão a explicar em tribunal a legitimidade de prémios auto-atribuídos há anos atrás, vale a pena levantar a questão que já aqui levantei há tempos: se os administradores da SAD do FCP recebem prémios quando o clube gera lucro (o que acontece uma vez por década) e também o recebem quando o clube gera prejuízo mas obtém vitórias desportivas, o que deverão eles fazer quando, como vai ser o caso, acumulam prejuízos financeiros e desaires desportivos? A mim, parece-me que deveriam reembolsar o clube dos prémios recebidos anteriormente. Ou isto é uma gestão por objectivos, mas sem riscos?

O que eles vão fazer, porém, já todos sabemos: apresentar aos sócios a cabeça de Jesualdo Ferreira, para assim tentarem desviar as atenções dos erros próprios de que são responsáveis. Jesualdo aguentou até onde pôde e até ganhou três campeonatos com equipas refeitas cada época. Mas bastou que o Benfica abrisse os cordões à bolsa, para que os contentores de argentinos do dr. Caldeira mostrassem a sua total impotência, não apenas para manter a hegemonia, mas para lutar de igual para igual.

É verdade que Jesualdo parece, ele próprio, perdido já. A sorte não o tem ajudado este ano (25 jogadores lesionados ao longo da época num plantel de 28, Hulk emboscado no túnel da Luz e afastado num momento crucial, e a própria sorte dos jogos decisivos, tudo tem estado contra ele). No Algarve, a história de Alvalade e Londres repetiu-se, quase igual: um golo oferecido logo aos 9 minutos, no primeiro remate do Benfica, e outro, no segundo remate, também a 50 metros e à beira do intervalo, dão cabo de qualquer estratégia e qualquer ânimo. Mas quem é que o manda meter o Nuno à baliza, numa final? Já Mourinho tinha feito o mesmo, numa final do Jamor, em 2004 e pagou isso com a derrota— e já então, o guarda-redes suplente que avançou chamava-se... Nuno. Eu conheço a explicação, mas ela não faz sentido algum: o Beto mostrou que estava em condições de substituir o Helton e é, como todos sabemos, muito melhor guarda-redes que o Nuno. Os sócios, os que pagam quotas e lugares cativos, querem é vitórias e essas conseguem-se com os melhores jogadores a jogar e não com aqueles que têm direito estabelecido a uma atenção especial do treinador. E, depois, se Jesualdo percebeu que tinha de tirar o Rúben Micael ao intervalo (desaparecido em combate há um mês), estando, ainda por cima, a perder por 2-0, qual foi a ideia de meter o Valeri, em lugar do Orlando Sá, para terminar com a solidão pungente do Falcao? Ó professor, o sr. ainda não entendeu que o Valeri não serve nem para marcar cantos?

Concedo que o Benfica não mereceu, de forma alguma, uma vitória por 3-0: nada fez por isso, ela caiu-lhe ao colo. Num jogo mau de mais, jogou tão mal ou quase quanto o FC Porto. Mas era ao FC Porto que cabia a despesa do jogo, apesar de jogar em ambiente hostil e apesar da notícia terrível da lesão do Varela. Sobretudo, depois que Jorge Jesus fez o favor de ter dispensado de início o Saviola e o Cardozo — com isso pretendendo não apenas poupar uma equipa muito mais desgastada, mas também, quero crer, para compensar as ausências de Hulk e Varela no FC Porto e assim jogar com armas iguais.

Ao contrário do que disse Jesualdo no final, o FC Porto não teve «uma atitude à FC Porto». Quem a teve, em parte, foi o Benfica — e foi isso que fez a diferença. O FC Porto não teve nem atitude nem futebol. Nem crença nem ciência. É uma equipa em queda a pique.

2Em Marselha, sim, o Benfica teve uma verdadeira «atitude à FC Porto» e Jorge Jesus teve qualquer coisa de Mourinho, na confiança que soube dar aos jogadores, na coragem durante o jogo e no conhecimento perfeito do adversário que revelou ter. Eu tinha apostado com amigos na vitória do Benfica (e na eliminação do Sporting...) e não fiquei surpreendido. Claro que o Benfica é melhor equipa que o Marselha, mas isso, às vezes, não quer dizer nada— o FC Porto também é melhor equipa que o Sporting e levou 3-0 em Alvalade... Apostei na vitória do Benfica exactamente pela atitude de conquista e vitória que tem mostrado ao longo de toda a época e que, há muito, muito tempo, ninguém lhe conhecia. Isso, mais a capacidade incrível de atacar em velocidade e em segundas vagas consecutivas, é o que mais me impressiona no trabalho de Jorge Jesus. Junto-lhe a ausência de arrogância de que tem dado mostras ao longo da época e a regeneração de jogadores por quem eu não dava muito, e confesso que ele me surpreendeu e imenso. Pena aqueles gestos desnecessários e que tão mal lhe ficaram durante o Benfica-Nacional... Mas ninguém mais do que ele merece o título que aí vem.

3E, assim, para grande irritação de alguns portistas, reafirmo, uma vez mais, os elogios que tenho feito, desde o início da época, ao futebol jogado pelo Benfica. Isso não me incomoda nada: acima de tudo, gosto de futebol e tento (sabendo que muitas vezes o não consigo) ser justo com o que vejo.

O que me incomoda, sim, é que os elogios aproveitem a tantos benfiquistas que os não merecem. Daqueles que, inversamente, nunca foram capazes de reconhecer mérito às vitórias portistas dos últimos anos e que agora estão empenhados em mostrar que têm tão mau vencer como antes tinham mau perder. Para não ir mais longe, fico-me por dois cronistas benfiquistas deste jornal: Sílvio Cervan e Araújo Pereira. As suas crónicas são um permanente incitamento ao ódio anti-portista, uma viscosa repetição do jogo de ressabiamentos e suspeitas permanentes com que alimentaram anos a fio a sua incapacidade de ganhar — uma doença contagiosa e malsã. Ainda esta semana, em lugar de celebrarem justamente a vitória de Marselha, ambos preferiram lançar as habituais suspeitas prévias sobre o árbitro do jogo do Algarve — que, por acaso, foi o primeiro classificado dos últimos dois anos (o Araújo Pereira chegou ao ponto de afirmar que ia haver um Super Dragão à solta no relvado). E o mesmo tipo de discurso adequado a acirrar os ânimos andou a fazer, uma vez mais, o presidente do Benfica — perante o silêncio absoluto, já habitual e que se recomenda, do lado do FC Porto. E depois «escandalizam-se» se as claques (que eles protegem e incentivam) proporcionam aqueles espectáculos degradantes que afastam do futebol os que lá vão para se divertirem, verem um bom jogo e vibrarem com o seu clube.

4 É, como disse, uma doença contagiosa e que, pelos vistos, também infecta os autoproclamados «cavalheiros». Viu-se agora com as declarações irresponsáveis do dirigente sportinguista Salema Garção, que culminaram na forma como as claques verdes receberam os adeptos do Atlético Madrid, em Alvalade: à pedrada. Mesmo que Alvalade não venha a ser interditado pela UEFA, a mim parece-me que tarda a demissão de Salema Garção — e por iniciativa própria. Eu conheço quem tenha deixado de ir ao jogo depois de ouvir na rádio o relato dos incidentes estimulados pelo dirigente sportinguista. E, salvo melhor opinião, não é para isso que servem os dirigentes.

5Desta vez, Fernando Mendes concretizou: disse ao «Diário de Notícias», preto no branco, quais os clubes por onde passou e onde o doping era o pão nosso de cada dia — Belenenses e Boavista. O Boavista ganhou assim um campeonato ao FC Porto: não há uma «Pastilha Dourada» que o investigue?

PS: O Benfica, com o rei na barriga, vem agora reclamar da cobertura dos seus jogos pela Sport TV. Bem, quem reclama sou eu: os comentários do Marselha-Benfica, por momentos, fizeram-me regressar ao tempo do Estado Novo e do patrioteirismo mais saloio que imaginar se possa. A obsessão do comentador com o trabalho do árbitro (chegou a sugerir que ele queria agradar a Platini, por o Marselha ser francês) atingiu tamanho delírio, que se transformou num insuportável ruído de fundo permanente, que nem deixava prestar atenção ao jogo. Na última meia hora tive de o ver em silêncio, porque já não consegui suportar mais.

Miguel Sousa Tavares n' A Bola.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Tech: Esta nova aplicação será o futuro dos jogos

Já toda a gente sabe que a tecnologia 3D veio para ficar. O que ainda não se sabe é a data exacta em que toda a gente terá acesso a essa tecnologia.

Jogar algum título recorrendo à tecnologia 3D, requer o dobro de framerate para dar a mesma impressão de fluidez a que estamos acostumados, já que o computador terá que processar uma frame para cada olho, em vez de um para os dois. Por exemplo, um título jogado a 40 frames por segundo num computador normal, rodaria a 20 se fosse na versão 3D. Para isso acontecer, neste momento, é necessário despender uma enorme quantia de dinheiro em equipamentos capazes de nos dar a melhor qualidade possível, quer de processamento, quer de visualização.

Para aqueles para quem o PC não é uma máquina de jogos, as notícias são boas.Tanto a PS3 como a Xbox 360 vão, num futuro próximo, ser capazes de reproduzir títulos em 3D. Vão ser desenvolvidas aplicações e firmware que vão conferir às consolas capacidades idênticas às dos mais poderosos PCs. No entanto, não vai adiantar de nada ter uma PS3, ou uma Xbox 360 se não se tiver uma TV HD 3D, com suporte HDMI 1.4 para poder usufruir inteiramente desta tecnologia.

A tecnologia 3D faz os jogos parecerem mais reais do que antes. Com o Project Natal, a Microsoft será capaz de fazer head tracking, ou seja, os movimentos da nossa cabeça ditarão a direcção para onde olhamos no ambiente de jogo. Esta nova aplicação, a ser lançada ainda este ano, combinada com a tecnologia 3D, será o futuro dos jogos.

E, embora esta tecnologia esteja longe de se tornar barata, se quiser e puder, tem a possibilidade de experimentar as sensações do 3D através de títulos como Metro 2033 e no futuro de títulos desenvolvidos pela Epic Games, que já anunciou que o Unreal Engine será compatível com 3D.Basta um PC com uma placa gráfica topo de gama e um monitor de 120Hz para poder jogar títulos em 3D. E se o monitor não o satisfizer, pode sempre adquirir a nVidia 3DTV Play, que permite ligar o PC a uma televisão 3D.

Assim, das duas uma, ou tem dinheiro suficiente para adquirir uma máquina suficientemente potente para suportar a tecnologia 3D, ou então vai ter de esperar mais algum tempo, até que esta tecnologia seja lançada para as consolas da Terceira Geração.

Escrito por Abílio Diz para blog OVerdadeiroPortugal e Jornal Fórum

sábado, 20 de março de 2010

Manifestação de Desagrado

Contrariamente ao que já vi sugerido noutras paragens, não defendo que o Porto deva apresentar uma equipa composta apenas por jogadores juniores como forma de protesto. Até porque de humilhações já estamos fartos esta época. Por isso, devemos apresentar o nosso melhor 11 e a melhor forma de protesto é vencer a dita Tacita e, no final, optar por uma de duas vias:

  • No final, dar a braçadeira ao Hulk, que penso que poderá lá estar (de fato de treino ou de casaco da Prosegur...) por ser um elemento do plantel, e deixá-lo ir sozinho ao palanque erguer a Taça na cara do Sr. Hermínio.


  • Caso não seja permitido ao Hulk lá estar, então a melhor solução para manifestar o nosso desagrado é vencer e no final não festejar coisa alguma (porque isto não passa de uma Tacita). Apenas ir às bancadas agradecer aos adeptos o facto de se terem deslocado tão longe para ver e apoiar o Porto. Tudo isto enquanto estiverem a montar o palanque para a festa final... ao qual não deveriam ir! Depois de saudarem os adeptos, recolhiam ao balneário e os adeptos abandonariam as bancadas e deixávamos lá ficar a Taça e as medalhas... para as meterem no... saco!
Cumprimentos azuis! Força PORTO!

# originalmente publicado no blogsuperporto.blogspot.com

quinta-feira, 18 de março de 2010

Hoje no YouTube: Playstation goza com Natal e Wii

Os novos controladores Move da Playstation ainda agora foram anunciados e já gozam com o Projecto Natal da Microsoft e com os comandos da Wii.



O vídeo é protagonizado por um dos responsáveis da Playstation e goza com a falta de botões do Projecto Natal e com os poucos movimentos da Nintendo Wii.

Fonte: exameinformatica

terça-feira, 16 de março de 2010

BMW Série 5/2010: para já sem concorrência à altura


Tempos atrás, a um automóvel com quase cinco metros de comprimento chamava-se “banheira”. As tentativas de o conduzir como um desportivo dariam fracos resultados, dizia-se que bebia combustível como uma esponja e quando se tratava de o estacionar que era como um autocarro. O novo BMW Série 5, que estará no mercado em Março, é a prova provada de que tudo já deixou de ser assim. Assume-se, claramente, como o melhor e o mais completo entre os automóveis do segmento executivo, de que fazem parte, entre outros, o Mercedes Classe E, o Audi A6, o Volvo S80 ou o Jaguar XF.

Com linhas bonitas e equilibradas, herdou o ar de família do irmão maior, o Série 7, ganhou em conforto, em equipamento e até em prestações, que na série anterior já eram muito boas, e além disso gasta pouco (média de 6,3 l/100km) e polui ainda menos (166 g/km). É obra!

Os técnicos da casa alemã enfrentaram a tarefa difícil de bater o rival Mercedes E, e parece que o conseguiram. Os 245 cv da versão 530 d (motor a gasóleo) respondem brilhantemente e os controlos de tracção e estabilidade não deixam o carro fugir um milímetro, tornando as ultrapassagens manobras fáceis e seguras, mesmo nas estradas mais encaracoladas. Temos a impressão de conduzir um automóvel com pouco mais de metade do seu tamanho, cheio de genica, mas sem brutalidade, para o que também contribuem a direcção de assistência electromecânica variável e o controlo de suspensão.

O interior é confortável, de um conforto BMW, firme, a que a marca nos habitou há muito. O posto de condução está bem estruturado, levemente inclinado para o condutor, com os comandos em locais de acesso lógico e fácil. O comando do iDrive, com um botão e algumas teclas permite seleccionar música, navegar por GPS, obter informações técnicas e fazer mais um punhado de coisas, sem ser preciso desviar a atenção da estrada.

Há uns três ou quatro anos, a propósito de qualquer pequena inovação na carroçaria de um novo modelo que permitia poupar 1% ou 2% de combustível, um engenheiro da BMW disse que o futuro seria assim, feito de pequenos passos. E foi isso que a marca alemã pôs em prática, o que lhe permite um tão baixo nível de emissões de dióxido de carbono e um consumo de combustível tão diminuto para um motor com três litros de capacidade.

Tudo milagres da electrónica, a energia vital deste automóvel, que está presente praticamente em tudo, do aproveitamento de energia ao controlo de estabilidade e à tracção, do controlo de direcção à escolha da rigidez de suspensão, do controlo da caixa automática adaptativa de oito velocidades ao sistema automático de estacionamento e a muito, muito mais.

Em resumo, o novo BMW Série 5 é um novo desafio para os outros construtores, que agora só têm de colocar a sua própria fasquia ainda mais alta. E não temos dúvida de que alguns já estarão a tratar disso.

Fonte: Jornal I

MST: Lições de vida

1 Há duas coisas que eu acho que o FC Porto não pode mesmo fazer mais: voltar a atravessar o túnel da Luz sem uma escolta de policias, testemunhas e operadores de filmagem, e voltar a jogar em Inglaterra para a Liga dos Campeões.
A questão inglesa já vem muito de trás. Que me lembre, desde os tempos de José Maria Pedroto, quando tudo a que se aspirava, quando se tinha de jogar nas Ilhas, era «aguentar» os primeiros vinte minutos. A humildade era tanta, o espírito de derrotados à partida era tamanho, que já se considerava uma proeza aguentar os vinte minutos iniciais sem sofrer golos e sem ser logo postos fora da eliminatória. Trinta anos depois, por incrível que pareça, nada de essencial mudou. As equipas mudam, os treinadores conhecem bem melhor os adversários, o clube acumula títulos e experiência internacional e, todavia, não há nada a fazer: assim que pisa um relvado inglês, o FC Porto borra-se de medo.

A mesma equipa, os mesmos jogadores que, noutros palcos e até perante adversários mais temíveis, conseguem tantas vezes agigantar-se e contrariar o destino aparente, chega a Inglaterra e parece um bando de rapazes que aprendeu a jogar à bola em jogos de amigos, domingo à tarde, e que, de repente, tem de enfrentar um grupo de profissionais da coisa. Trinta anos de tareias, de humilhações, sem uma única vitória para inglês ver, já é mais do que um cadastro de frustração desportiva, é um caso clínico grave.

Não creio, de forma alguma, que a explicação tenha estado na surpreendente inclusão de Nuno André Coelho a trinco — o coelho que Jesualdo Ferreira sacou da cartola. É verdade que não é normal que o treinador aproveite um jogo daquela importância para fazer a estreia absoluta a titular de um jogador, e logo numa posição onde ele nunca tinha estado. E também é verdade que esta ideia de inovar nos jogos mais difíceis lá fora, experimentando um esquema que a equipa não conhece, é, desde há muito, solução sagrada (e sempre falhada) dos treinadores portugueses. Mas não foi por aí que o FC Porto soçobrou daquela maneira indecorosa. Para já, Nuno André nem sequer esteve mal, dentro do desastre global. Pior, bem pior foi ver o Fucile oferecer quatro golos, o Rolando à deriva, completamente perdido, o Rúben transido de medo sem acertar um passe, o Hulk a insistir em marrar de cabeça baixa, como um touro cego.

Não era preciso ser psicólogo para observar desde o início o desastre que se preparava e as suas razões: os passes sistematicamente curtos revelavam o cagaço de jogar de que a equipa estava possuída, a incapacidade de transportar o jogo para a frente e sair a atacar mostrava quanto os rapazes tinham pudor e terror de poder despertar a besta. E só quando, enfim, o Arsenal chegou aos 2-0, aproveitando tranquilamente duas ofertas daquele pobre corpo expedicionário português, é que os bons rapazes do Porto descontraíram e começaram a mostrar que também percebiam umas coisinhas daquilo — porém, sem nunca se atreverem a cometer a ofensa de poderem vir a profanar o véu da noiva. Como se o facto de também eles darem uns toques e trocarem bem a bola chegasse para salvar a honra e voltar a casa «de cabeça erguida». Desgraçadamente, porém, nem a sorte estava com as nossas cores, nem os ingleses costumam levar isto a feijões: em Inglaterra, joga-se para ganhar, joga-se até ao fim e respeita-se muito os pagadores de bilhetes e os patrocinadores, que são quem permite pagar aqueles fabulosos ordenados aos artistas. E os gunners não tiveram piedade e, pelo sim pelo não, preferiram desconfiar do jogo inócuo dos portistas e do respeitinho que estes, todavia, bem mostravam: três, quatro, cinco. E não se fala mais nisso.

É claro que precisamos, contudo, de ser realistas: o Arsenal é um dos melhores clubes do mundo, tem um orçamento e receitas dez vezes superiores às do FC Porto e, jogador por jogador, é infinitamente melhor equipa (e ainda lhe faltavam o Van Persie e o Fabregas). Em cinco jogos, ganhará sempre quatro ao FC Porto. O que não precisa é de ser de forma tão humilhante.

Não alinho no coro dos executores públicos de Jesualdo Ferreira. Desde o princípio, sempre o apoiei — criticamente, embora. Mas não penso que a equipa seja melhor do que ele ou que ele esteja aquém do que ela merece. É uma equipa com muitas limitações de qualidade, algumas gritantes, e que sempre aqui assinalei: a última vez, na semana passada. Acho que Jesualdo conseguiu sempre, ao longo dos últimos quatro anos, o máximo que a equipa podia dar: chegar aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. E ainda ganhou três campeonatos. Agora, sobre o futuro, falaremos mais adiante.

2 Melancolicamente de regresso ao nosso futebolzinho, passei o fim-de-semana a ver melan- cólicos jogos de futebol. Não sei se seria possível melhorar drasticamente a qualidade daquilo que vemos por comparação com os jogos dos grandes campeonatos. É verdade que a diferença de orçamento não permite ter aqui à mão os grandes executantes que vemos em Espanha, em Itália, em Inglaterra, em França ou na Alemanha. Mas também é verdade que a qualidade média dos jogadores portugueses é superior, em regra, à dos demais: por algum estranho fenómeno da genética, os falantes de português, de cá e de lá do Atlântico, têm tendência a nascer com um talento especial para este jogo. E o que me parece é que esse talento podia ser melhor aproveitado — ou, ao menos, o espectáculo melhorado — com algumas coisas simples.

A primeira dessas coisas que me salta logo à cabeça (e da qual já tenho falado várias vezes) é a qualidade dos relvados e, em especial, a sua dimensão. O grande futebol e o futebol ofensivo precisam de espaço; o futebol pequenino, defensivo, anti-jogo, precisa que lhe encurtem os espaços. Se juram (o que não acredito) que todos os campos da Liga Sagres têm obrigatoriamente as dimensões mínimas, então passem a exigir as dimensões máximas: vão ver como o jogo melhora logo.

A segunda coisa passa por reeducar os árbitros para defenderem a qualidade do jogo. Erros, sempre houve e haverá, aqui e em todo o lado, como bem sabemos — a diferença é que aqui os erros são sempre suspeitos. Mas consentir no anti-jogo, não defender os melhores jogadores das entradas dos caceteiros, isso é sempre uma decisão voluntária do árbitro. Em nenhum dos campeonatos a sério eu vejo tantas interrupções por supostas lesões de jogadores como aqui. E é sempre da parte da equipa que está a defender o resultado — o que quer dizer que não é inocente, mas sim uma atitude e uma «táctica» deliberada. Se os jogadores se habituaram a esses truques, se os treinadores só conhecem essa escola, cabe aos árbitros, em última análise, defender o jogo dos batoteiros. E o mesmo se diga das entradas a matar que eles toleram: vejam, por favor, a entrada assassina do Cris sobre o Cristian Rodríguez no Académica-FC Porto desta semana e digam-me como é que um árbitro se pode limitar a mostrar um amarelo àquilo!

3 Segundo «A Bola», o Benfica ganhou no Funchal «à campeão». Que foi a única equipa que fez por ganhar, é verdade. Mas, sinceramente, não sei se o teria conseguido sem o que me pareceram dois erros de arbitragem em dois minutos e que resolveram, numa altura decisiva, o que estava embrulhado: um penalty inexistente e desperdiçado e um golo off-side.

Vi a segunda parte do Braga contra o Rio Ave e, por mais que eu reconheça o mérito deste David batendo-se contra os Golias, e por mais que o trabalho de Domingos Paciência me encha de alegria pelo respeito e reconhecimento que lhe tenho, confesso que ainda não foi desta que eu consegui perceber o segundo lugar do Braga. E ainda não foi desta que lhe consegui ver um arremedo de bom futebol. Parece-me evidente que não ganhará o campeonato e também me parece que também já não deixará fugir o segundo lugar. E, infelizmente, também me parece que só um milagre o levará depois a conseguir entrar na Liga dos Campeões. E assim se perderá uma vaga e uma oportunidade para marcar pontos no ranking da UEFA.

Miguel Sousa Tavares n' A Bola.

domingo, 14 de março de 2010

Nacional VS Benfica e Sporting VS V. Guimarães em directo aqui




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Nacional VS Benfica a decorrer
Sporting VS Guimarães às 20.15

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Esqueça os ginásios, os tapetes e as bicicletas. Basta uma WII!

Esta semana, para variar, vou deixar de lado os telemóveis e os computadores e vou-vos apresentar dois gadgets bem interessantes.

O primeiro promete revolucionar a forma como se faz exercício físico, ao mesmo tempo que se queimam as gorduras indesejadas. Esqueça os ginásios, os tapetes e as bicicletas, agora basta ter uma Wii e acoplar-lhe o novíssimo Active 2.0. Este mecanismo, desenvolvido pela Electronic Arts (EA), consiste numa fita com um dispositivo wireless, que funcionará como motion sensor (sensor de movimento) e ainda como monitor cardíaco.

A fita permitirá colocar o dispositivo na perna, ou no braço e obter toda a informação necessária para controlar os seus programas de treino, as calorias queimadas, os batimentos cardíacos e outros dados relevantes. Para além disso, através da junção entre o Active 2.0 e a consola Wii, será possível reproduzir os seus movimentos no ecrã da televisão. Sempre que jogar o título Active, ou o Active – More Workouts, o seu avatar (personagem virtual) irá reproduzir precisamente os seus movimentos. Além disso, e à semelhança do que já acontecia noutros títulos, terá ao seu dispor um Personal Trainer que elaborará planos de treino adequados às suas necessidades e ainda o ajudará a realizar os exercícios da forma mais eficaz. Por último, e ainda dentro das novidades, este novo título disponibilizará uma espécie de base dados, onde será possível partilhar os planos de treino como a comunidade.

Este gadget estará disponível para a Wii, PS3, Ipod e Iphone, mas ainda não tem data de lançamento nem preço anunciado.

O outro gadget desta semana é bastante invulgar. Poderia tratar-se de um relógio normalíssimo, não fosse a forma como as horas são apresentadas.

À primeira vista, a forma como os números estão organizados, dá a sensação de desorganização e que aquilo dará tudo, menos horas. Essa sensação deve-se à sofisticação do mecanismo, que embora seja analógico, dá a sensação de que é digital. Um conjunto de quatro discos, fabricados em titânio, roda em sintonia, mostrando as horas numa espécie de ecrã digital. O 4N (four numbers), é tão exclusivo que, para além de ser construído totalmente em platina, ou em ouro de 18 quilates, só será reproduzido dezasseis vezes.

Como se costuma dizer: “se perguntar o preço é porque não tem dinheiro para o comprar.”

Escrito por Abílio Diz para o Blog OVerdadeiroPortugal e Jornal Fórum

sábado, 13 de março de 2010

Rui Moreira: Um desenlace fatal

NA semana passada, abordei as questões estruturais que têm comprometido a época futebolística do FC Porto. Não me alonguei, porque faltava o jogo com o Arsenal que, afinal, só confirmou as minhas sombrias expectativas. Agora, já nada de importante se pode esperar desta triste época.

O que falhou, então? Tem sido dito, e repetido, que as saídas de Lucho e Lisandro marcaram a época, e não se pode iludir que essas ausências, a par da Hulk, criaram um problema complicado a Jesualdo. Ainda assim, e reconhecendo que o Benfica se reforçou, isso não explica que o FC Porto esteja já arredado de chegar, sequer, ao 2.º lugar que sendo o primeiro dos últimos, ainda assim abre as portas da Liga dos Campeões. Pior, não explica a débacle nos jogos mais importantes da época e que chegue a esta altura com uma equipa arruinada.

Será fácil, agora, cair na tentação de condenar Jesualdo por tudo o que sucedeu, esquecendo o seu palmarés no clube. Creio que Jesualdo conseguiu adiar com mérito e esconder com carácter a falência de um modelo de gestão desportiva que há muito se pressentia, e sobre o qual algumas vezes escrevi. Aliás, para aquilatar da dimensão do problema, basta comparar a qualidade dos plantéis portista e benfiquista, que têm um orçamento idêntico.

Durante os últimos anos, o FC Porto vendeu os seus melhores activos, e fez bons negócios nessas vendas. O problema é que por troca de cada um desses atletas, contratou, em média, três ou quatro reforços de valor variável e discutível, e por critérios que Jesualdo só por lealdade terá apadrinhado. Ou seja, a renovação da equipa foi fragilizando a sua estrutura sem diminuir o seu custo. É certo que Jesualdo desperdiçou alguns talentos, como é o caso de Bolatti, mas em dezenas de atletas que lhe passaram pela mão, seria injusto criticar o treinador por alguns erros de avaliação, quando se percebe que Benítez e Prediger por exemplo, e para não falar de alguns que ainda estão no plantel, foram investimentos em que a análise custo-benefício foi claramente negativa. Por outro lado, a saída de alguns dos melhores abriu uma outra ferida: desmotivou aqueles que sonhavam com outros voos e que tiveram de ficar, como é o caso conhecido de Bruno Alves e, suspeito, de Meireles.

Foi com a equipa desmotivada, acabrunhada e insegura que Jesualdo partiu para Londres. Depois de Alvalade e do Olhanense, apercebera-se que não tinha, em Tomás Costa, uma alternativa a Fernando. Abdicou dos automatismos que são um dos seus dogmas, e apresentou uma equipa com um jogador em que nunca apostara, e numa posição que este não conhece, e voltou a insistir em Hulk, que há meses não joga regularmente. Com as linhas distantes, o meio campo vazio e uma defesa desarticulada e sem rotinas, apresentou aos ingleses uma apetecível auto-estrada. O resultado era inevitável e só Helton evitou que ele tivesse outras proporções.

Erros individuais ou colectivos?

JESUALDO tentou explicar a derrota através de erros individuais. Com todo o respeito, creio que essa explicação não coincide com o que sucedeu, ainda que os dois primeiros golos tenham tido origem em erros infantis. Se a equipa foi goleada apesar de Helton ter sido o seu melhor jogador, é porque também houve um erro colectivo e um erro táctico, como se viu na primeira parte em que o recuo de Nuno André Coelho para terceiro central, sabe-se lá se por estratégia ou vocação individual, deixou Meireles e Rúben à deriva, num meio campo dominado por cinco ingleses. O FC Porto perdeu porque jogou abaixo das suas capacidades e, convenhamos, porque o seu adversário era muito, muitíssimo mais forte.

Uma armadilha fatal?

EM finais da época passada, a renovação de Jesualdo no FC Porto transformara-se num tabu. Dizia-se, e creio que com verdade, que Jesus estava apalavrado para vir para o Dragão, mas o jogo em Manchester trocou as voltas à SAD. Nessa altura, alguns dos principais jogadores saíram em defesa do seu treinador, apelando à sua manutenção. Um facto inédito nos anais do clube, desde que Pinto da Costa chegou à liderança. Vieira não perdeu tempo e raptou o treinador que muitos já imaginavam no Dragão e o FC Porto renovou, por dois anos, com Jesualdo. Mas é lícito perguntar se o treinador não terá ficado refém desse apoio do núcleo duro, que mesmo que tenha sido espontâneo, lhe retirou autoridade.
A solução para o futuro

DEPOIS das mais-valias nas vendas, acrescidas das que resultariam da venda do passe de Bruno Alves, esta poderia ter sido uma época sabática, dedicada à construção de uma nova equipa, incluindo jogadores da formação, aceitando-se que esse investimento não desse frutos imediatos. Em vez disso, apostou-se num modelo híbrido. Não houve resultados e ninguém acredita que esta equipa esteja a crescer. Por isso, foi uma época duplamente perdida. Para o futuro, a SAD deve optar por um investimento à Benfica, com os riscos que comporta, ou por maximizar a formação e construir uma nova equipa. É essa escolha estratégica que deve preceder e determinar o perfil do treinador.

Uma morte anunciada

PARA isso, Pinto da Costa deve ordenar a autópsia a este modelo de gestão. Verificará, então, que não se tratou de um caso de morte súbita. A doença vem de trás, e o desfecho só foi adiado pela competência de Jesualdo na aplicação de cuidados paliativos e pela falta de concorrência interna. Perceberá também que quem a tentou ocultar, dissimulando os seus sintomas, tem mais culpas no cartório do que quem ousou apontar o dedo a alguns dos seus sintomas mais visíveis. Se, pelo contrário, Jesualdo e a equipa servirem de bode expiatório para apaziguar a ira dos adeptos, e tudo ficar na mesma, temo que esta crise conjuntural se possa transformar num insolúvel problema estrutural.

Rui Moreira n' A Bola.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Análise: God of War III - O grande exclusivo PlayStation 3

Com os estúdios Santa Monica e com a série God of War, os jogadores sabem de antemão duas coisas, que algo épico e fenomenal está a caminho. Todos nós sabemos como God of War nos surpreende e cativa, e mesmo mantendo a fórmula igual a si mesma, como uma constante, tal não parece preocupar quando as promessas são tons ainda mais épicos e os contornos ainda mais brutais. Depois de espalhar o terror na anterior geração, Kratos está agora pronto para desencadear a conclusão desta trilogia e a sua vingança contra os deuses do Olimpo.

God of War é uma das séries de maior renome na casa PlayStation e representa potencialmente o maior e mais esperado regresso que esta sua nova geração propôs até à data. Maioritariamente envolta em novos IP’s, é com God of War III que a Sony oferece o regresso de uma das figuras mais icónicas. A expectativa é apenas equiparável à responsabilidade da equipa que prometeu um título tão intenso e agressivo quanto o espírito da série. O patrocínio das ferramentas de nova geração é uma das grandes novidades ao serviço de todos os fãs, que já não conseguem conter toda a sua vontade de vingança. Peito cheio de motivação, com sangue e ódio nos olhos, eis chegada a hora de dar início a uma jornada memorável.

'God of War III' Screenshot 1

Mister K diz: I pity the fool!

God of War III vem dar continuação directa à história dos anteriores e tem início imediatamente após o final do segundo capítulo. Farto da tirania dos deuses do Olimpo que o tratam como uma marioneta, Kratos recruta os titãs para o confronto final que tem início com a escalada desse mesmo monte. O espartano não tem quaisquer intenções de parar, e na busca de vingança contra o pai dá início a uma corrente de eventos épicos. O uso da mitologia Grega como base para todo o enredo e ambiente da série sempre foi um dos seus factores mais brilhantes, moldado com bastante engenho. Neste terceiro capítulo, os fãs podem contar com este talento a um grande nível que nada fará para os desiludir. As personagens que surgem durante o decorrer da aventura e os locais pelos quais passámos, são de enorme requinte para os que se apaixonaram pela característica que tanto ajudou God of War a conquistar uma personalidade distinta para si. Claro que nada vamos contar sobre o embate final que aqui decorre, pois não queremos estragar a experiência aos que desesperam por a conhecer.

'God of War III' Screenshot 2

Mais momentos marcantes estão à nossa espera.

O jogo a começa imediatamente após o segundo título, o pano está criado e é uma escalada/ataque directa sem quaisquer dissimulações. A hora dos mistérios e das artimanhas já passou, agora é guerra. Como tal, o início do jogo não poderia ser de outra forma, frenético e intenso, mas por muito que se preparem para o que aí vem, nada vos preparou para isto.

O início de God of War III é simplesmente um magnífico momento, e posso mesmo dizer que experimentei um dos melhores quarenta minutos iniciais que vi alguma vez num jogo. O ritmo é tão intenso quanto a motivação de Kratos, o jogador sente mesmo que algo de épico está a decorrer, e que algo ainda mais épico se prepara para acontecer. O desenrolar nada faz para demover as expectativas de quem joga e cedo se percebe que God of War III é um daqueles casos muito raros no qual não existem momentos menos bons. Passada a fúria dos momentos iniciais, God of War assume-se como aquilo que só podia ser, uma experiência que todos conhecemos mas mais grandiosa e mais desafiante.

Sendo o mais recente numa série tão acarinhada e com uma base de fãs tão grande, não é de estranhar que pouco tenha sido feito para afastar o jogo dos suportes que lhe deram fundação. Isto quer dizer que temos de volta o conhecido jogo de acção e aventura que no entanto não se faz rogado em colocar a sua familiaridade a seu favor. Se para uns a quase obrigatoriedade de usar o factor familiaridade seria uma comodidade, em God of War III percebe-se que é um desafio, pois obrigou a que mais fosse feito noutros pontos. A escala inicial apenas serve como um aperitivo para aguçar o apetite do jogador, e tal como nos anteriores, os grandes poderes de Kratos são-lhe retirados e o jogador começa a sua jornada visitando locais familiares para um último ajuste de contas.

Como referido, é no sistema de combate que God of War III mais familiar permanece, mas no entanto, algumas novidades, refinamentos e minuciosos detalhes conseguem manter tudo atractivo e tão bom quanto sempre foi. Kratos vai adquirindo novas armas que lhe permitem combater as criaturas que lhe fazem oposição. Tal como nos anteriores, o jogador pode alternar as combinações entre golpes normais e fortes, e consoante vamos ganhando novas armas, mais combinações podemos fazer pois alguns inimigos são mais facilmente derrotados com determinada arma.

Todas as armas principais e secundárias conquistadas por Kratos são feitas em sequências verdadeiramente épicas que certamente vão marcar quem as joga. As lutas contra os deuses são de tal forma brutais que é praticamente impossível não ficar espantado com o gore que o jogo consegue exibir. Após obtidas as armas, ganhamos acesso a novas áreas que nos dão mais um pequeno vislumbrar de mais uma pequena peça de uma enorme tapeçaria que descobrimos aos poucos.

'God of War III' Screenshot 3

Não tenham pena, é assim que vocês vão ficar também.

Torna-se quase impossível não descrever os locais por onde passamos, pois toda a sua construção é altamente importante para explicar como a aventura desafia o jogador e como o mantém constantemente ansioso por continuar a jogar e a conhecer novos locais, estando deliciado com o local no qual se encontra. Especialmente quando pelo meio é forçado a enfrentar um dos inimigos de maior porte e outra das famosas características surge, os Quick Time Events. Quando necessário, o jogador tem a possibilidade de pressionar o botão correcto na altura devida para aplicar devastadores ataques que nos deixam estarrecidos a olhar para o ecrã com o pensamento de como algo tão visceral consegue ser tão espantoso. Na serventia das formas cinematográficas, a presença destes indicadores é mais subtil, e agora temos momentos de escala admirável devido ao motor de jogo que pelo meio alterna para perspectivas de belo efeito sem a momento algum retirar o controlo de Kratos ao jogador.

Falando no motor de jogo, se estavam preocupados com o desempenho registado na demonstração jogável disponível na PlayStation Store, podem colocar as vossas preocupações de lado. God of War III decorre de forma altamente suave e sem quaisquer problemas relacionados com a jogabilidade. Tudo é tão suave e fluído quanto os fãs desejam mas não pensem que nas cerca de 10 horas necessárias para terminar o jogo (dificuldade Normal) vão passar o tempo todo em combate. Em God of War III os puzzles estão de volta e alguns são como o monte que escalamos, gigantescos. Alguns são progressivos e de resolução a longo prazo, e até relacionados com as armas, mas a maioria é de efeito imediato como habitual. Este segundo elemento característico da série, surge de uma forma que consegue espantar pois é uma das formas mais surpreendentes de marcar o ritmo num jogo do género.

'God of War III' Screenshot 4

A perspectiva do épico ou o épico da perspectiva?

God of War III não é um jogo muito longo, como referido são precisas 10 horas na primeira vez que se joga com praticamente todos os itens coleccionados e quase todas as melhorias de personagem obtidas, mas a todo o momento sentimos conforto no jogar. O ritmo é fluído e constante (sem quaisquer ecrãs de carregamento ao longo da aventura), não existem áreas para “encher” e os puzzles oferecem um alto equilíbrio no peso entre a acção e aventura. Mesmo que nalguns seja preciso mais do que uma tentativa, o sistema de checkpoints é altamente competente de forma a que nem sequer se lembrem da palavra frustração. Isto é especialmente agradável quando estamos a ter dificuldade num qualquer boss mais teimoso. O trabalho aqui apresentado tem esse grande mérito de desafiar o jogador estando constantemente a incentivar com requintes de competência sem a momento algum se preocupar que a duração podia ser maior.

Para os que pretendem obter mais do jogo, para além do convite irrecusável a repetir a dose, God of War III emula os exemplos de outros no género entretanto lançados. Para além da existência de Troféus que vão mesmo apelar aos jogadores mais dedicados e adeptos de um bom desafio, o jogo também oferece tarefas adicionais ao jogador, e ainda a arena de combate. São uma espécie de salas de desafio nas quais somos convidados a por em prática a nossa destreza com vários parâmetros a respeitar. Desde restrições nas armas ou no tempo, ou até no tipo de inimigo, são desafios adicionais que servem para prolongar um pouco mais a jogabilidade mas não são algo que se possa considerar essencial.

Tecnicamente já todos esperavam nada menos do que um verdadeiro titã, e mesmo conseguindo tal com alguma mácula, God of War III senta-se confortavelmente ao lado do que de melhor se viu até à data na PlayStation 3 e nesta actual geração. Com alguma frequência os jogadores ficam na presença de texturas de baixa resolução que consoante a perspectiva e o local tem maior ou menor impacto na qualidade. No entanto, não deixamos de sentir que é uma pequeníssima contra-partida face aos verdadeiros talentos do jogo, a sensação de escala e o seu tom épico que a todo o momento se fazem sentir com extrema imponência. Os fãs já estão habituados a tal, o jogo de escala que a série sempre usou, mas aqui em God of War III é conseguida a verdadeira proeza de nos conseguir surpreender mesmo já sabendo com o que contar.

O uso das capacidades da consola é aplicado de forma exemplar e admirável desde o modelo de Kratos, que revela grande detalhe nas sequências pré-renderizadas com o motor de jogo e nos combates durante os quais o seu corpo fica coberto de sangue. Os titãs que escalam o monte Olimpo, os deuses contra quem lutamos e os cenários majestosos e arrebatadores frequentemente nos trouxeram a famosa e polémica expressão à cabeça: um quadro que ganha vida. Nos melhores momentos consegue mesmo ser assim tão bom que até a própria expressão de linhas sensacionalistas parece fazer de nós idiotas por duvidarmos. De forma curta, este é um jogo realmente admirável e estonteante no que diz respeito ao aspecto visual e direcção artística, especialmente graças às espantosas animações e ângulos de câmara que atestam a frenética imponência dos eventos.

'God of War III' Screenshot 5

O sangue jorra aos litros.

Valores cinematográficos que são acompanhados pela componente sonora que é toda ela luxuosa. Para os interessados, God of War III apresenta-se completamente em Português (texto e falas) e sendo um esforço admirável e a aplaudir, a qualidade não consegue ser suficiente para nos fazer viver a experiência sem o trabalho original. De enorme qualidade e sem qualquer falha a apontar, o elenco original dá vida às personagens com toda a pompa que conhecemos e admirámos, algo com que o elenco competente Português nunca conseguiria competir.

Ao contrário dos anteriores e apreciados esforços, aqui não estamos perante novos IP’s onde conhecemos pela primeira vez personagens novas e que para muitos “nasceram” a falar Português. Aqui estamos perante Kratos, perante os titãs e perante os deuses do Olimpo que já nos falaram anteriormente e toda a sua qualidade é obviamente requisitada. A acompanhar temos toda uma banda sonora dentro dos padrões da série mas que se faz sentir com tanto poder que frequentemente me lembrou referências cinematográficas como “O Gladiador”. Este é um dos graciosos casos em que todas as componentes trabalham ao mesmo nível para que tudo caminhe na mesma direcção e em constante apoio.

'God of War III' Screenshot 6

Puzzles são simples e directos, mas bem implementados.

Sejam novatos ou veteranos no género, God of War III é um jogo que tem argumentos para cativar qualquer um. Os fãs estão perante um apelo surdo pois já sabem que esta é uma experiência obrigatória e se dúvidas permaneciam quanto ao fantástico início de ano que esta indústria está a viver, este é mais um exemplo a reforçar o actual bom momento. Todos os grandiosos momentos espalhados ao longo da aventura nos confirmam que estamos perante um candidato a melhor jogo do ano e a melhor jogo na consola. Se receios haviam de persistir sem grandes novidades, tudo se dissipa e até somos forçados a agradecer a oportunidade de estar na presença da fórmula alargada a esta escala. Tudo em God of War III, desde a jogabilidade ao visual, é fruto da experiência amealhada com os anteriores e apresenta versões aperfeiçoadas dessas funcionalidades sendo um trabalho obviamente dedicado aos fervorosos adeptos.

God of War III pode ser uma jornada com contornos familiares mas é tão épica e brutal quanto se poderia esperar, e ainda um pouco mais. É um fantástico jogo que diverte a cada minuto que passa, oferecendo um bom desafio e tudo o que os fãs alguma vez desejaram. Os tons já lhe são conhecidos e mais uma vez os estúdios da Santa Monica apresentam uma referência aconselhável a qualquer um que goste de videojogos. Raramente a expressão horas que passam como minutos pareceu tão adequada.

10/10 - Obrigatório para quem tem e para quem não tem uma PlayStation 3!

Fonte: eurogamer.pt

terça-feira, 9 de março de 2010

MST: O futebol não é assim tão complicado

JÁ várias vezes disse que tenho muito respeito profissional por Jesualdo Ferreira. Acho que ele teve até agora vários méritos no FC Porto — para além do mérito evidente de três campeonatos e três presenças nas eliminatórias da Liga dos Campeões, em três anos de trabalho. Primeiro, repôs a normalidade táctica no futebol da equipa, depois das experiências delirantes do delirante Adriaanse; depois, soube fazer crescer jogadores hoje decisivos, como Bruno Alves, Varela ou o saudoso Lisandro; e, enfim, resistiu, ano após ano, ao desfalque sistemático dos melhores jogadores da equipa, por força da apetência negocial da administração da SAD e em obediência à sua regra de oiro: «vendemos três bons e compramos dez maus».

Mas também várias vezes disse que há coisas em Jesualdo que se tornam difíceis de entender e aceitar, a começar pela sua teimosia e previsibilidade: ele não dança conforme a música, mas conforme o seu plano de dança — e não muda, mesmo que a orquestra esteja a tocar uma valsa e ele insista em dançar um tango. A coisa começa pela escolha dos parceiros de dança: Jesualdo não gosta de mudar de par, ainda que o parceiro escolhido não saiba pôr um pé à frente do outro. No sábado, por exemplo, contra o Olhanense, Jesualdo assistiu pela centésima vez à absoluta inutilidade do Mariano González, mas manteve-o de princípio a fim, atrapalhando tudo e todos. E, do outro lado, brilhava o Ukra, sob contrato com o FC Porto e que ele não quis recuperar em Janeiro. Como a seguir, no Vitória de Setúbal-Braga, brilharam o Hélder Barbosa e o Alan, ou como quinta-feira brilhou o Vierinha pela selecção Sub-23. E a estes poderíamos ainda acrescentar o Candeias, o Rabiola, o Pitbull — tudo extremos dispensados por Jesualdo e que são todos, sem excepção, infinitamente melhores do que o triste González. Outro exemplo: precisou de ver o Maicon oferecer dois golos no primeiro quarto de hora de jogo para, quem sabe, começar talvez a pensar que a alternativa aos centrais titulares se chama Nuno André Coelho e ficou sentado no banco. E o mesmo se diga do miúdo Sérgio Oliveira, culpado de ter deixado todos com água na boca nas raríssimas oportunidades que Jesualdo lhe deu, e obrigado a ficar no banco asssistindo à miserável prestação de um trio de meio campo formado pelos confrangedores Valeri, Belluschi e Guarín. Em quatro anos de FC Porto, Jesualdo Ferreira não aproveitou um só jovem vindo da «cantera» — apenas algumas vezes lhes criou ilusões e lhes deu falsas oportunidades, antes de rapidamente os despachar para a concorrência. Sobretudo, se acumularam o azar de serem portugueses e não argentinos.

A mim, parece-me que o futebol não é assim tão complicado. Pouco ou nada percebo de tácticas e estratégias, mas, caramba, acho que não é nenhum bico-de-obra perceber quando é que um jogador é bom ou quando não presta. Basta ver como domina a bola, como a transporta, como decifra o jogo e resolve cada situação, como remata, como cabeceia, como se desmarca, como passa. Não é preciso ser nenhuma luminária para perceber que um Guarín não faz a mais pálida ideia do que anda a fazer em campo; que o Mariano tem uma permanente expressão de tristeza que é o espelho do futebol que ele próprio sabe que está ao seu alcance; que o Belluschi tem pose de pavão mas a eficácia em voo de um avestruz. Olha-se para o plantel do FC Porto e a mim parece-me evidente o que ali está. Estão oito bons jogadores: o quarteto defensivo (Fucile, Álvaro Pereira, Bruno e Rolando), o trio atacante (Hulk, Varela e Falcao), e apenas um centro-campista, recentemente acrescentado (Ruben Micael). Depois, há três jogadores que umas vezes jogam bem, outras mal: Fernando, Meireles e Rodriguéz. Um trio de guarda-redes banal, as tais duas esperanças por confirmar (Nuno André e Sérgio Oliveira) e, enfim, aquela funesta leva de latino-americanos que Jesualdo adora e que são uma fonte de despesas e frustrações sem fim: Mariano, Guarín, Tomás Costa, Valeri, Belluschi, Farías e Prediger. Parece que, desta leva, o único que afinal valia alguma coisa é o único que Jesualdo dispensou: Bolatti, agora titular na Fiorentina e na selecção argentina. Convenhamos que o professor tem um critério singular.

Eu percebo que Jesualdo tivesse de fazer poupanças contra o Olhanense, a pensar no Arsenal. Não percebo é a lógica de poupar antes de fazer o resultado, arriscando-se depois a ficar sem resultado e sem poupança: não era melhor ter metido o Varela desde início e tê-lo tirado depois de estar a ganhar 2-0, do que tê-lo poupado de início para ter de o meter a seguir a estar a perder 0-2? Era: o problema é que, apesar de tantas e tantas demonstrações da sua absoluta ineficácia, Jesualdo continua a manter a fé naquele patético quinteto latino-americano que habita no meio campo e arredores. E, mesmo depois da oportunidade de os experimentar bem naquela série de quatro ou cinco jogos contra equipas de terceira linha, em Janeiro, depois de ter ficado exposto à saciedade que dali não viria nenhuma boa nova, o professor teima em acreditar em milagres e em imaginar que pode disputar a sério o campeonato e a Europa com os Guaríns e Marianos.

Uma equipa de top em Portugal, que aspire também a fazer figura na Europa, precisa de ter, pelo menos, onze bons jogadores e sete razoáveis. Este FC Porto tem oito bons e três razoáveis: é curto. É certo que ninguém pode saber se a responsabilidade principal pelo plantel que está à vista é de Jesualdo Ferreira ou de Adelino Caldeira. Mas os dispensados são responsabilidade do treinador; a opção em não apostar nos que vêm da formação é responsabilidade sua; a teimosia nas mesmos alternativas com os suplentes de sempre, e que nunca resultam, é responsabilidade sua; a incapacidade de mudar as coisas a partir do banco, de não fazer substituições apenas por fazer e de não ser capaz de as fazer antes e não depois de estar em estado de necessidade, é responsabilidade sua.

Logo à noite, contra o Arsenal, a equipa só pode ser esta: Helton (já que tem de ser...), Fucile, Rolando, Bruno Alves e Álvaro Pereira; Raul Meireles, Fernando e Ruben Micael; Hulk, Falcao e Varela. No banco, professor, por favor sente: Beto, Miguel Lopes, Nuno André Coelho, Sérgio Oliveira e Cristian Rodriguéz. E, se quiser fazer número, acrescente o Belluschi — que, à falta de alternativa, entrará para o lugar de Fernando, se este não estiver em condições, recuando o Raul para trinco. E ganhe a eliminatória hoje, salve a época e para o ano reveja com atenção esse problema do meio campo e da falta de mais um extremo de raiz. E peça ao Dr. Caldeira que vá de férias para bem longe, quando chegar a altura das contratações.

PS 1 — Até que enfim que a Selecção Nacional tem um equipamento que dá gosto ver! As cores da bandeira (uma das mais feias do mundo, tal como o hino) não ajudam, mas décadas de ditadura do encarnado tornaram o equipamento horrível. Agora, que o Glorioso Benfica não tem um único jogador na Selecção (embora o Quim lá merecesse estar e a titular), já era altura de parar com a vassalagem nos equipamentos. Oxalá este nos dê sorte!

PS 2 — Ó Araújo Pereira, venho constatando a atenção que você dedica aos meus escritos passados — embora não todos, mas incluindo alguns de que eu próprio já não me lembrava. E ocorreu-me se você, entre dois daqueles tão imaginativos anúncios ao MEO, não quereria fazer uma perninha como meu arquivista, que bem precisava? (E só não o trato por Ricardo também, porque você me trata por Sousa Tavares, e só há duas coisas que eu odeio, quando se referem a mim: que me tirem o Miguel do nome e que me ponham a dizer uma palavra que eu nunca uso: «algo»).

Miguel Sousa Tavares n' A Bola.

domingo, 7 de março de 2010

Dia do STEWARD

http://bibo-porto-carago.blogspot.com/

No próximo dia 10 de Março, pelas 21 horas, todos ao DRAGÃO CAIXA para assistir ao FCPorto – SLBenfica, em hóquei em patins, vestindo um colete verde reflector (de preferência), sob o lema:

"Um STEWARD em cada um de nós"

em protesto pela forma vergonhosa como o FC Porto foi castigado em favor do clube dos 6 milhões (da treta)!!!!

Junta-te a nós, e passa a palavra... vamos mostrar, mais uma vez, pública, cívica e ordeiramente, toda a força das gentes 'anónimas' do melhor clube Português, o (nosso) FC Porto.

ps - esta, será a primeira de muitas outras até ao final da actual época desportiva... ficarão a restar idênticas iniciativas aquando dos mesmos confrontos no andebol, basquetebol e futebol.

Dá um sinal ao Mundo desde tua casa

E se os portugueses decidissem tirar um sábado para limpar o país? A ideia parece algo onírica mas vai acontecer, em parte. Milhares de pessoas já aderiram ao Movimento Limpar Portugal num Dia, cujo objectivo é integrar o maior número de membros para, no dia 20 de Março, darmos uma “geral” à nossa floresta.

No Vale do Sousa, há membros de todos os concelhos. Felgueiras lidera com 130 pessoas, seguido de Penafiel (118), Lousada (57), Paços de Ferreira (51), Paredes (50) e Castelo de Paiva (21). Os registos são feitos no site “www.limparportugal.ning.com”, onde está disponível toda a informação de que necessita.

Paralelamente à iniciativa de 20 de Março, vários eventos decorrem e são comentados e promovidos na página online. O efeito “bola de neve” tem-se feito sentir e várias são as entidades e personalidades que dão a cara pelo projecto.

Na nossa região, um dos mais entusiastas promotores da iniciativa é Paulo Jorge Ferreira, presidente da junta de Fonte Arcada, que está presente nas redes sociais e, sempre que possível, convida à inscrição através de mensagens e breves comentários.

Este movimento surgiu de um projecto desenvolvido na Estónia em 2008. À proposta “Vamos limpar a floresta portuguesa num só dia”, em poucos dias estava em marcha um movimento cívico que conta já com cerca de mais de 17000 voluntários registados.

Neste momento já muitas pessoas acreditam que é possível. O objectivo é juntar o maior número de voluntários e parceiros, para que todos juntos possam, no dia 20 de Março de 2010, fazer algo de essencial por Portugal, pelo planeta, e pelo futuro das gerações vindouras.

O projecto Limpar Portugal também está aberto a parcerias com instituições e empresas, públicas e/ou privadas, que, através da cedência de meios (humanos e/ou materiais à excepção de dinheiro) estejam interessadas em dar o seu apoio pessoal ao movimento.

Fonte: Jornal Fórum

quinta-feira, 4 de março de 2010

PlayStation 2 faz hoje dez anos

Hoje, faz dez anos desde o lançamento da PS2 em território japonês, dia 4 de Março do ano 2000. Na Europa, a consola apenas chegou às lojas alguns meses depois, em 24 de Novembro do mesmo ano.

Foi sem dúvida, uma consola que deixou uma marca muito grande em todos nós. Deu a origem a jogos como God of War, Devil May Cry, Killzone, Kingdom Hearts e muitos outros.

Actualmente, a consola já vendeu 140 milhões de unidades em todo o mundo. Podem ainda encontrar o seu modelo Slim à venda em várias lojas portuguesas por 99 euros.

Está assim concluído um ciclo de 10 anos. A Sony já prometeu várias vezes um ciclo com o mesmo período de tempo para a PS3, esperemos que o alcance.
Parabéns da eurogamer para a PS2, que continue a proporcionar bons momentos a toda a gente que possuí uma.

Fonte: eurogamer

quarta-feira, 3 de março de 2010

E o teu coração, é saudável?

Como definiria a saúde do seu coração? Considera que deveria mudar algum hábito para melhorar? Através de sete pontos-chave é possível perceber até que ponto o seu coração está saudável.

O estudo é da Associação Americana do Coração, que acaba de lançar uma campanha de incentivo aos bons hábitos cardiovasculares, para que cada pessoa possa perceber "se a saúde cardiovascular é a ideal". Segundo o responsável pelo departamento, Donald Lloyd-Jones, "toda a gente pode fazer alguma coisa para melhorar pelo menos um destes factores.

O perfil ideal passa pelos seguintes pontos:

- Nunca fumou ou abandonou o vício há mais de um ano.

- Tem uma massa corporal inferior a 25kg/mg2

- Faz exercício físico de intensidade moderada durante pelo menos 150 minutos por semana

- Come de forma equilibrada

- Tem níveis de colesterol no sangue inferiores a 200 mg/dL

- Pressão arterial inferior a 120/80

- Níveis de glucose no sangue inferiores a 100 mg/dL

Fonte: Jornal I

terça-feira, 2 de março de 2010

Miguel Sousa Tavares - O dilema

1 A partir das 22.10 de domingo, todos os portistas se viram confrontados com um dilema de difícil solução. Perdido de vez o sonho de novo penta-campeonato, por qual dos objectivos deve torcer o nosso coração: desejar que o Braga comece a perder pontos, para que assim lhe roubemos o segundo lugar e o acesso à pré-eliminatória da Liga dos Campeões do ano que vem, ou torcer para que o Braga se aguente e consiga roubar ao Benfica o seu de há muito anunciado título de campeão? Racionalmente, deveríamos torcer pela primeira opção, mas acho que não me engano se disser que a grande maioria dos portistas torce para que, acima de tudo, o Benfica não seja campeão. É que, nos últimos anos, a «Instituição» tem feito o possível e o impossível para se tornar absolutamente odiosa e odiada aos olhos dos portistas.
Pela parte que me toca, tento, apesar de tudo, manter a calma e a lucidez. Penso que seria muito mau que o FC Porto — que, a par do Manchester United, é o clube com mais presenças na Liga dos Campeões — viesse a falhar a edição de 2010/11. E também, contra túneis e apitos encomendados, continuo a pensar que o campeão deve ser o melhor em cada época. E esta época — já o escrevi aqui duas vezes — o melhor tem sido o Benfica. E, até por isso, como também já o escrevi, é pena a história do túnel. É pena que o excesso de zelo do Dr. Costa nos faça para sempre lembrar que este, a ser o ano do Benfica, será também o ano do túnel — o ano em que nos foi retirada, de forma infame, uma das armas principais para discutir o título até final. E isto não é conversa de vencido: estava a olhar para o jogo de Alvalade, a meio da primeira parte, e a pensar que o jogo estava mesmo à medida das arrancadas do Hulk. Mas, quando olhava para o espaço que deveria ser o dele, quem é que eu via lá? O Mariano González!

2 Se me tivessem pedido um palpite para o jogo de Alvalade, eu teria apostado numa vitória do Sporting. Porque um «clássico» é sempre um «clássico», com uma lógica que desafia a simples lógica habitual, e também porque, de há uns tempos para cá — dois, três anos — venho detectando no FC Porto um preocupante regresso aos tempos do síndroma do terror da travessia do Douro. Jesualdo Ferreira devia estar atento a isso, porque essa foi a razão primeira para aquelas, já longínquas, décadas de subalternidade portista: o medo de vir jogar a Lisboa, que tolhia os jogadores, transformando-os em crianças aterrorizadas num mundo de adultos. O mesmo FC Porto que, no espaço de uma semana, aguentou e venceu o Arsenal e destroçou o Sporting de Braga, veio a Lisboa, perante um Sporting que lhe é em tudo inferior, e assinou a pior exibição da época — apenas comparável à que já havia assinado na Luz.

É claro que há coisas ou casos que são previsíveis: o Mariano ainda consegue disfarçar às vezes, quando tudo está a correr bem à equipa; mas, quando a equipa precisa mesmo de jogar onze contra onze, ele não existe — só Jesualdo é que insiste (e, diga-se em abono da verdade, acompanhado por alguns amigos da onça). Eu acho que o rapaz é sério no esforço que faz, que sente e sofre pela equipa. O problema é que ele não é capaz de dominar uma bola, de fazer um remate sem ser para onde está virado, de cruzar uma bola em condições, enfim, de exibir um básico de técnica futobolística sem a qual é forçoso pensar que se enganou na profissão. Eu sei que às vezes saem dali coisas totalmente imprevistas e que, em momentos de delírio, ele é capaz de sair da cabina telefónica com a bola à frente — mas não sai pela porta, sai pela parede de vidro, criando uma tamanha trapalhada que os adversários acabam por se desnortear. Mas, no fundamental, não há milagres no futebol: em Alvalade, Mariano perdeu todos e cada um dos lances em que interveio e não deu seguimento a uma única jogada. Mesmo assim, e igualmente previsível, Jesualdo Ferreira esperou pelo minuto 46 e pelo 3-0 para se conformar com a inviabilidade do milagre.

O que não era de prever eram outras coisas: a noite absolutamente desastrada da dupla de centrais, assistindo os remates para os dois primeiros golos do Sporting e abrindo uma avenida iluminada para o terceiro; o desaparecimento de Silvestre Varela e de Rúben Micael — este, limitado pela arrastada lesão na clavícula causada por uma entrada «a matar» de um defesa leixonense há quinze dias atrás, e branqueada em campo por Bruno Paixão. E também não era de prever que à recaída física de Rúben Micael se viesse juntar também a de Raul Meireles. E, de repente, com meio jogo pela frente, o meio-campo do FC Porto ficou entregue a três suplentes: o Tomás Costa, mais um artista de variedades, com penteado a condizer, chamado Belluschi, e um rapaz da Colômbia, Freddy Guarín de sua graça, que está seguramente na lista dos dez piores jogadores que eu alguma vez vi vestirem aquela luminosa camisola azul-e-branca. É preciso conceder: foram contratempos a mais. E ainda faltava saber para que lado cairia a sorte do jogo.

3 Resultado feito, é claro que choveu um coro de elogios à exibição do Sporting — como já antes, perante idêntico resultado, havia sido contemplada a vitória sobre o Everton. Pois eu, que vi os dois jogos, confesso-me pouco impressionado. Vi um Everton desfalcado, absolutamente inofensivo, como já havia sido contra o Benfica e, face ao qual, o Sporting não fez mais do que a sua obrigação de ganhar tranquilamente e salvar um pouco a honra de uma época sem glória. E contra o FC Porto?

Na primeira jogada de ataque, aos seis minutos, o Moutinho ganha um ressalto ao Fucile, centra no chão e pelo chão direito ao Rolando, que serve o Djaló para um remate «cagadinho» que bate mal o Helton: 1-0 no primeiro remate à baliza. Foi um tónico precioso para uma equipa que, passados dez minutos, já dava a sensação de estar a arrastar-se em campo e a suspirar pelo intervalo. E, quando já tudo caminhava para as cabinas, o Mariano perde, uma vez mais e displicentemente, uma bola a meio-campo, há um cruzamento para a área e Bruno Alves assiste de cabeça para um remate feliz do Izmailov: 2-0 ao intervalo, quando apenas o 1-0 já era excelente. E assim regressa o Sporting para a segunda parte, depois de um anormal período de descanso na cabina. Regressa e, ao minuto 1, primeiro ataque e eis que Bruno e Rolando abrem alas para ver o Liedson rematar ao poste e permitir uma recarga tranquila do Veloso: 3-0 ao minuto 46, aproveitando tudo aquilo a que generosamente talvez se possa chamar três oportunidades de golo. A partir daí, a história do jogo ficou contada: o FC Porto sucumbiu psicologicamente e o Sporting renasceu, física e animicamente, como até o Sacavenense teria renascido. Muitos «olés» e auto- -elogios, mas eu, sinceramente, ainda me pergunto onde esteve a fantástica exibição leonina. O que eu vi foi uma sorte quase obscena, a que se juntou um «hara-kiri» portista, potenciado por alguns jogadores que pareciam ter tomado Dormicum ao pequeno-almoço — seguindo, aliás, o exemplo do próprio treinador. Ainda não foi desta que consegui ver — por uma vez que seja! — Jesualdo Ferreira conseguir mudar o curso dos acontecimentos a partir do banco...

4 Também é preciso sorte noutras coisas. O Sporting começou o jogo sem nenhum titular indisponível e apenas com o seu treinador a ensaiar por antecipação a desculpa do cansaço. O Benfica tem atravessado a época inteira com todo o seu núcleo duro permanentemente disponível (à excepção de Pablo Aimar, que é, por natureza, fisicamente intermitente). Mas todos eles lá têm estado à disposição de Jesus. E, não desfazendo o mérito deste na gestão do plantel e em tudo o resto, assim tem sido com Javi García (agora castigado com dois jogos), Ramires, Aimar, Saviola, Cardozo, Di María: seis estrangeiros de luxo, sempre disponíveis. Mas já o FC Porto teve lesionados de longa duração: Varela, Fernando, Meireles, Rodriguez, Orlando Sá. Agora, juntou-lhe o Farías e há dois meses que tem o Hulk de fora, às ordens do Dr. Ricardo Costa. O Rúben anda a jogar lesionado, o Meireles talvez antes de tempo, e não tem avançados no banco de suplentes. Faz a sua diferença, mas agora já não há nada a fazer. Apenas ultrapassar o Arsenal.

Miguel Sousa Tavares n' A Bola.