quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

De joelhos em campo para reclamar salário (vídeo)

Os jogadores do Granada estão fartos de não receber salário. E decidiram organizar um protesto, para que toda a gente soubesse. No domingo, na partida com o Melilla, toda a equipa ajoelhou no relvado, durante um minuto, quando o jogo se preparava para começar. Solidários, os adversários limitaram-se a trocar a bola. No fim, os futebolistas apenas tiveram apoio dos adeptos: o único dinheiro que levaram para casa foi a receita de bilheteira da partida.

Durante o protesto, os jogadores exibiram camisolas dirigidas ao presidente do clube: «Paco Sanz, temos de receber já.» Mas Paco Sanz nem sequer estava no estádio. Aliás, o presidente já pediu a demissão, junto com toda a direcção, estando previstas novas eleições.

Valeram os adeptos. O jogo, que contava para a II Divisão B espanhola, foi considerado dia do clube e a bilheteira rendeu 15.058 euros, que jogadores e equipa técnica dividiram entre si: 537,78 euros para cada um. No final, o Granada venceu por 1-0 e os jogadores saíram ovacionados pelo público.

«Agradecemos aos adeptos o esforço que fizeram para pagar o ingresso neste jogo e ajudar a apaziguar a nossa precária situação económica. Dedicamos-lhes a vitória», afirmou o capitão Javi Garcia, citado pela Marca.

Veja as imagens do protesto



Fonte: MaisFutebol

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Um relato de um repórter de guerra‏

São neste momento 11h00 e mais um dia passado, mais um dia vivo. A situação não podia ser pior, as forças Helghast estão a atacar em massa e estar a escrever mais uma frase deste texto é, sem dúvida, cada vez mais improvável de acontecer.

Já passaram cinco dias desde a minha chegada a Helghan e o cenário torna-se cada vez mais difícil para os sobreviventes (os poucos que ainda se aguentam), pois o ar é rarefeito devido à enorme nuvem de fumo que se vem acumulando e os inimigos vasculham cada casa, cada beco à procura de mais uma «razão» para puxar o gatilho. Os corpos acumulam-se e são queimados, deixando no ar um cheiro a carne putrefacta, quase impossível de suportar.

O grupo no qual tenho estado a sobreviver nestes dias perdeu dois membros recentemente, um homem e o seu filho quando estes tentavam arranjar comida numa espécie de mercearia, quando foram surpreendidos pelas tropas Helghast que de imediato pôs fim às suas vidas incendiando a mercearia. Os gritos de agonia e terror de um pai e seu filho a serem consumidos pelas chamas são algo tenebroso que nos persegue a cada instante. «Nada podíamos ter feito para os salvar» uma frase que muitas vezes se tornava numa interrogação nas nossas mentes.
Estamos numa luta desigual em menor número e sem armas, apenas sobrevivíamos. Quando perguntei ao grupo o que sente quando vê mais um dia nascer respondem-me com muita calma e com um tom de voz de quem já está a chegar ao seu limite: «Quando olhamos para mais um dia ao acordarmos de manhã fazemos sempre a mesma pergunta, estaremos vivos ou apenas a respirar?».

As horas da noite eram sem dúvida as mais difíceis, estando metade do grupo acordado e o restante a dormir e vice-versa em turnos de três no máximo quatro horas. O local não era sempre o mesmo, era até as forças lá passarem e termos de nos mudar. Por sorte (se é que sorte tem significado nesta situação) encontrávamos por vezes bastantes alimentos nas casas onde ficávamos. As mulheres e crianças alimentam-se em primeiro lugar seguido dos homens mas sempre tentando poupar o máximo possível de alimentos, pois a «sorte» podia ser diferente no dia seguinte.

Acabo este texto com o feliz sentimento de estar vivo...espero ver mais um dia nascer para eu também me interrogar:«Estarei vivo ou apenas a respirar?»

sábado, 21 de fevereiro de 2009

A RTP1 transmitiu, só faltam comentadores...

Penso que devemos dar os parabéns à RTP! Afinal de contas conseguiram levar uma transmissão até ao final do jogo. Bravo!

A qualidade é que continua ausente por aquelas bandas. Neste momento, os comentadores deste (ou de outro qualquer) canal montam um autêntico circo sempre que é preciso julgar um lance complicado, sobretudo se este «beneficia» o FC Porto.

Na jogada da grande penalidade sobre Hulk é perfeitamente perceptível que o jogador do Paços de Ferreira tenta fazer o desarme, indo à bola. Simplesmente, esse alívio não funciona. Hulk ficava em melhor posição para continuar a sua jogada para golo. O defesa do Paços de Ferreira sabia-o e «esqueceu-se» da perna junto ao Hulk, só para ter a certeza que o avançado do FC Porto não continuava. Penalty claro.

Bastava uma repetição para ver isso. Mas nos estúdios deste (ou de outro) canal, deve ser complicado ser peremptório e dizer «é penalty claro a favor do FC Porto».

Mais tarde, Carlos Carneiro introduz a bola na baliza do FC Porto, de forma ilegal. A bola ia para fora, mas o jogador encontrava-se no seu caminho e desvia-a da sua trajectória com o braço. No andebol seria legal, no futebol não pode ser. Mais uma vez...conversa dos comentadores até não poder mais - isto com o jogo a decorrer e o FC Porto a desperdiçar oportunidades de marcar - até que um deles se sai com esta pérola: «se fosse eu o árbitro tinha deixado passar».

Algo que jamais ouviremos dizer «ao contrário». Jamais dariam essa mesma dúvida se o «beneficiado» fosse o FC Porto. As imagens, bem como as análises dos jornais do dia seguinte, foram claras relativamente à legalidade da penalidade a favor do FC Porto, e à ilegalidade do golo do Paços de Ferreira. Curiosamente, os próprios "directos" dos sites dos jornais do costume não apontaram, a «quente», em sentido contrário. Apesar da clareza das imagens, fiquei admirado. A velha questão das fasquias...

Termina por aqui a «acção» da RTP, mas o circo ainda não tinha terminado.

Aparece um jogador do Paços de Ferreira no «flash interview» a fazer o «frete» de certa máquina de comunicação, a dizer que o golo do Paços era legal e que não tinha existido penalty. E ainda disse outra engraçada...o golo do Paços era importante porque ainda havia muito tempo para jogar!

O jogo estava nos minutos finais. E durante esse tempo, foi o FC Porto que podia ter feito funcionar o marcador. Não que os comentadores tivessem estado muito atentos a esse facto, até porque a discussão estava acessa à volta dos lances «polémicos» da partida.

FC Porto TV (nem que seja uma versão na net) para quando?

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009