quinta-feira, 9 de julho de 2009

Federer: O Rei dos Courts



No curto espaço de um mês, Roger Federer transformou-se, indiscutivelmente, no maior tenista de todos os tempos. Após o primeiro título em Roland Garros, eis o sexto em Wimbledon. Uma rara dobradinha, que eleva para um recorde de 15 o número de títulos do Grand Slam do suíço, demarcando-se de Pete Sampras, o norte-americano que ontem fez questão de assistir a uma final que o seu compatriota Andy Roddick perdeu no "photo finish".

Numa maratona com a duração de 4h16, Federer ganhou a Roddick, em cinco sets: 5-7, 7-6 (8/6), 7-6 (7/5), 3-6 e... 16-14! Para além do título e do melhor registo de sempre em etapas do Grand Slam, o helvético ganhou ao texano pela 19ª vez em 21 encontros, embolsou 940 mil euros e garantiu o regresso ao primeiro lugar do ranking ATP, interrompendo o reinado de 46 semanas do espanhol Rafael Nadal.

Numa final tão marcada pela importância do golpe de serviço, Federer assinou meia centena de ases e conquistou 89 por cento dos pontos após colocar o primeiro saque. Mas se estes dois dados são extremamente relevantes, importa sublinhar que num encontro decidido em pequenos detalhes, o factor psicológico revelou-se determinante. Sem ter sofrido qualquer break até ao seis igual da quinta partida, Roddick ficou, a partir dessa altura, e atendendo à inexistência de tiebreak, debaixo de forte pressão. O americano passou sempre a servir depois do suíço e em nove ocasiões estava proibido de ceder o serviço para se manter na discussão do título.

O momento fatal aconteceu no 30º jogo desse quinto set: no único break a seu favor ao longo de todo o encontro - e ainda por cima num match point - Federer foi de uma precisão cirúrgica.

Faltou, por momentos, a Roddick a mesma estrelinha de campeão que acompanhou Federer. Esse poderá ser um dos consolos do ex-número um mundial, que dá claramente a entender estar pronto a lutar pelos lugares cimeiros, numa altura em que continuará atrás de Federer, Nadal, Murray, Djokovic e Del Potro na hierarquia mundial.

Este regresso às grandes finais de Roddick acontece precisamente um ano depois de ter ponderado encerrar a carreira. Tal não aconteceu por culpa de Brooklyn Decker, a namorada na altura e a sua mulher desde Abril. Ela fê-lo acreditar ser possível voltar a ter sucesso e ele comprometeu-se a trabalhar no duro. O ténis agradece o regresso à ribalta de um jogador de apenas 26 anos.

Final no jardim das celebridades

A épica final entre Federer e Roddick chamou ao court central do All England and Croquet Club uma legião de celebridades. Em particular, claro, gente do mundo do ténis, como Rod Laver, Björn Borg, Ilie Nastase, Manolo Santana, John McEnroe, Boris Becker ou Pete Sampras. Na zona dos vestiários, Laver, Borg e Sampras deixaram-se fotografar com Federer e respectivo troféu. Um quarteto que, em conjunto, soma 51 títulos do Grand Slam! Mas nas tribunas estiveram mais famosos. Do futebol, Alex Ferguson e Michael Ballack; do cinema, Woody Allen e Russell Crowe. Presentes ainda o piloto David Coulthard e o antigo secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger. Cumprida a 123ª edição, Wimbledon é cada vez mais o palco da fama.

Fonte: o jogo

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