sábado, 6 de fevereiro de 2010

Tecnologia: Um fiasco chamado i-pad

Esta semana a desilusão impera neste texto. Não vos trarei várias novidades, só uma. Não vos vou falar com entusiasmo sobre o mundo dos Gadgets.

Steve Jobs, ao vigésimo sétimo dia do mês de Janeiro, surpreendeu, pela negativa, todos aqueles que admiram o trabalho da Apple.

Há muito que se anunciava o Ipad. Pelos blogues e sites da Web circulavam milhares de rumores e especulações. Umas a apontarem para as características que teria, outras para o preço. O que é certo é que durante semanas foram alimento para os milhares de entusiastas da marca e dos seus gadgets. No entanto, nenhuma delas teve fundamento. Aliás, mesmo o mais séptico dos utilizadores ficou desiludido com tamanha irresponsabilidade cometida pela Apple.

Quem esteve presente na conferência dada pelo dono da Apple, teve de esfregar várias vezes os olhos para confirmar que o novo Ipad não se tratava de uma versão aumentada do aclamado Ipod. De facto, as semelhanças são tantas, que ao olharmos pela primeira vez para este dispositivo, somos levados a pensar que os engenheiros da Apple colocaram o Ipod numa máquina de tortura e que o esticaram até não aguentar mais. A ideia da Apple era enfrentar o marcado dos netbooks e contornar a lentidão de que padecem os inúmeros modelos do mercado. Isso, Jobs até pode ter conseguido. Ao utilizar o Apple A4 de 1 GHz, não só investiu em produto caseiro, como, aparentemente, contornou o problema da lentidão, como o próprio afirmou. No entanto, se “vasculharmos” pelas informações adequadas, vemos que, apesar de os netbooks ainda serem equipados pelos processadores lentos ATOM, já se fala por ai nos novos Atom N450 “Pineview”, muitos deles equipados com NVIDIA Tegra. Lentidão não será a melhor palavra para definir estes componentes.

Para além desta desilusão toda, a Apple “matou” a noite ao anunciar que o Ipad iria funcionar na plataforma iPhone OS. À primeira vista até podia parecer uma boa aposta. Pois é, só pareceu. Depois de ligado, o Ipad é um sem número de limitações. Um ecrã de 9,7 polegadas sem capacidade de reproduzir vídeos em 16:9, ou seja, tudo o que quiser visualizar irá aparecer com barras pretas de lado. Não tem Webcam, mas também não tem Skype, nem chat, nem nenhum tipo de aplicação para comunicações. Mais estranho é o facto de não ter portas USB. Onde é que ligamos um teclado físico? Ou uma impressora? No mínimo desapontante. Por último, o Ipad não tem multitask, escrita inteligente, e não suporta flash. Ora, aí estão três coisas essenciais em qualquer dispositivo que possua internet. Se quiser escrever um texto e pesquisar informação ao mesmo tempo, não pode. Se quiser poupar tempo a escrever um texto, em que as palavras lhe são sugeridas por associação, não pode. Se quiser jogar aqueles joguinhos da net, também não pode.

O que sobra então de bom no Ipad?

O preço, que ao contrário do que se dizia custará, na versão menos equipada, metade do preço especulado (499$), a duração da bateria (10 horas), o peso (rondará os 0,68kg e os 0,73kg) e a espessura que não irá ultrapassar 1,5cm.

De facto, sobra muito pouco para um dispositivo que foi anunciado com pompa e circunstância e envolto num clima de grande expectativa. Resta saber se o Ipad será, a seguir ao MacBook Air, o segundo grande fiasco da Apple.

Escrito por Abílio Diz para o Jornal Fórum e blog OVERDADEIROPORTUGAL

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