quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Idoso em poça de sangue



"Família encontrou-o caído com a maca por cima e acusa o Hospital de Aveiro de «o ter abandonado». Paciente, com 75 anos, morreu três dias depois, já em Coimbra para onde foi levado. Queda deixou-o em coma profundo.

Familiares de um reformado de 75 anos acusam o Hospital de Aveiro de o ter «abandonado num corredor da urgência», onde o foram encontrar caído «numa poça de sangue» com a maca por cima. A administração admite a queda, mas diz que o atendimento foi o adequado, escreve a Lusa.

O idoso, Manuel Dias da Silva, viria a morrer três dias depois do incidente nos Hospitais da Universidade de Coimbra, para onde foi transferido.

O Hospital de Aveiro garante que o doente em causa «foi observado pelo médico 20 minutos depois» da triagem com a cor amarela, pelo processo de Manchester, embora admita que o doente terá caído da maca e justifique a transferência para Coimbra devido ao agravamento do seu estado clínico.


Segundo uma sobrinha, Carminda Moutela, o idoso deu ali entrada cerca da 01:00 da manhã na urgência e recebeu a pulseira amarela na triagem de Manchester.

De acordo com o relato da sobrinha, perante a demora, por volta das 05:00 a família procurou inteirar-se do seu estado, tendo sido informada de que «devia estar a fazer exames».

Às 06:00, atendendo a que não se encontrava o segurança, a mulher do idoso «irrompeu pela porta da urgência e foi dar com ele caído no chão num corredor, envolto numa poça de sangue e com a maca tombada sobre ele», contou a sobrinha.

«A minha tia entrou em pânico aos gritos e aí é que apareceram médicos e enfermeiros que o levaram para dentro e transferiram-no para Coimbra em coma profundo, onde veio a falecer segunda-feira, pelas 19:30», recorda.

«Estava ainda na maca em que o puseram quando chegou na ambulância e nem soro lhe tinham dado, pelo que tudo indica que não foi visto por médico nenhum desde a 01:00 até a minha tia dar com ele naquele estado», acrescentou Carminda Moutela.

Manuel Dias da Silva, residente em Santo Amaro, havia primeiro recorrido ao Hospital de Estarreja (uma das urgências que está prevista encerrar), de onde foi encaminhado numa ambulância pelos Bombeiros de Estarreja para o Hospital de Aveiro.

Fonte da administração do Hospital confirmou a admissão do doente naquela madrugada, mas os registos hospitalares indicam que foi feita a inscrição às 02:47 e a triagem às 2:52, recebendo a cor amarela.

«Vinte minutos depois foi observado pelo médico e foram pedidos exames e prescrita a terapêutica, tendo-se mantido calmo. Às 07:00 terá caído da maca, possivelmente ao tentar levantar-se, e foi nessa altura que a familiar o terá visto», disse a mesma fonte.

De acordo com os esclarecimentos do Hospital, «foram feitos exames imediatos e uma TAC que demonstraram que não havia qualquer traumatismo».

Doentes acompanhados

Após a notícia deste novo caso, em Aveiro, a Ordem dos Enfermeiros vai apresentar uma proposta formal ao Governo para que os doentes sejam acompanhados enquanto permanecem nas urgências hospitalares.

Segundo fonte da Ordem dos Enfermeiros, «é intenção fazer uma proposta formal ao Ministério da Saúde para que sejam criados mecanismos de acompanhamento dos doentes enquanto estes permanecem nos espaços das urgências hospitalares».

Hospital abre inquérito interno a morte de idosa

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Maria Augusta Sousa, havia já transmitido uma recomendação nesse sentido à administração do Hospital de Aveiro, onde no início do mês morreu uma idosa que aguardava para ser observada na urgência."

Fonte: www.portugaldiario.iol.pt

Isto é uma vergonha!! A cada dia que passa, a discriminação em relação à 3ª idade aumenta, apesar de isto cada vez mais se verificar para pessoas de todas as idades. Se estiverem muito mal, são deixadas num canto do hospital a morrer...

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