segunda-feira, 3 de março de 2008

Medvedev eleito Presidente da Rússia!!


Medvedev obtém vitória esmagadora em eleição presidencial criticada

MOSCOU (AFP) — O sucessor designado por Vladimir Putin, Dimitri Medvedev, obteve uma vitória esmagadora na eleição presidencial de domingo na Rússia, segundo resultados praticamente definitivos, já criticados pela oposição, que considerou todo o processo uma "farsa".

Medvedev, primeiro vice-primeiro-ministro, de 42 anos, recebeu 70,23% dos votos, após a apuração de 99,45% das urnas, anunciou o presidente da Comissão Eleitoral Central, Vladimir Churov.

O candidato do Kremlim ficou muito à frente dos demais candidatos: o comunista Guennadi Ziuganov, com 17,76% dos votos, o ultranacionalista Vladimir Jirinovsky, com 9,37%, e o pró-europeu Andrei Bogdanov, com 1,29%.

O índice de participação foi de 69,65%, segundo Chourov.

A televisão russa continua exibindo nesta segunda-feira as imagens da dupla Putin-Medvedev atravessando a Praça Vermelha de Moscou, antes de discursar ao público de um show de rock ao ar livre na noite de domingo.

"Temos todas as possibilidades de preservar a política de Putin. Iremos adiante e juntos venceremos", declarou Medvedev, vestido com um paletó de couro, com um desembaraço pouco conhecido na voz e nos gestos.

"Parabenizo Dimitri Medvedev e lhe desejo sucesso", declarou Putin, impedido pela Constituição de disputar um terceiro mandato consecutivo, mas que deve assumir o cargo de primeiro-ministro.

Agora, a principal incógnita reside no grau de independência que Medvedev conseguirá estabelecer a respeito do mentor.

Em uma entrevista coletiva após a eleição, Medvedev prometeu trabalhar ao lado de Putin, mas fez questão de destacar que a presidência não será debilitada.

A eleição se pareceu mais com uma transferência de poder, já que a escolha de Medvedev como candidato foi cuidadosamente preparada e organizada pelo Kremlin, enquanto os demais aspirantes eram relegados ao papel de figurantes.

Para o líder do movimento de oposição A Outra Rússia, o ex-campeão mundial de xadrez Gary Kasparov, a eleição de Medvedev não foi legítima.

"Medvedev é uma figura ilegítima", afirmou Kasparov, falando à imprensa durante manifestação opositora em São Petersburgo. "Nós não reconhecemos a legitimidade da nomeação de Medvedev como presidente", acrescentou.

O movimento anunciou uma passeata de protesto não autorizada em Moscou nesta segunda-feira, sob o lema "Abaixo a monarquia e a sucessão", para denunciar o que considera "uma farsa vergonhosa".

Kasparov explicou que não estará presente na marcha de Moscou, mas que participará no protesto de São Petersburgo (noroeste), onde outra manifestação da oposição foi autorizada.

Tanto o Partido Comunista como uma ONG russa denunciaram no domingo várias irregularidades, como a introdução ilegal de cédulas nas urnas a favor de Medvedev, a impossibilidade de vários observadores de acesso aos locais de votação e as ameaças de sanções contra trabalhadores para obrigá-los a votar.

Uma visão que contrasta com a versão oficial: "Não constatamos fraudes ou alterações nos resultados da votação", disse nesta segunda-feira o presidente da Comissão Eleitoral Central.

O candidato comunista, Guennadi Ziuganov, anunciou que apresentará uma denúncia aos tribunais.

A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) anulou em 7 de fevereiro sua missão pelas restrições impostas pelas autoridades russas.

A única missão de observadores ocidentais presente na Rússia, vinculada à Assembléia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE), considerou que a eleição presidencial russa não foi justa nem livre, anunciou seu diretor, Andreas Gross.

"Não foi justo. Nós pensamos que não houve liberdade nesta eleição", afirmou Gross em uma entrevista coletiva.

"Os resultados da eleição presidencial refletem a vontade de um eleitorado cujo potencial democrático foi, infelizmente, desperdiçado", declarou Gross em uma entrevista coletiva.

A imprensa européia questiona a futura divisão de poderes entre o novo presidente e Vladimir Putin, além de manifestar dúvidas sobre a lisura do processo eleitoral.

O Financial Times Deutschland afirma que seria "um insulto à democracia" falar de eleições democráticas, enquanto o italiano La Stampa menciona "uma democracia que muitos consideram mutilada e inclusive destruída".

Medvedev assumirá a presidência em 7 de maio e será o terceiro chefe de Estado da Rússia pós-soviética, depois de Boris Yeltsin (1991-1999) e Vladimir Putin (2000-2008).

Fonte: Google Notícias

Como se pode constatar, nada mudará com a nova Presidência pois Putin continuará por lá para "controlar" (Putin é o Primeiro-Ministro) não havendo uma mudança nas políticas. Mas também foram eleições "compradas" pois verificaram-se muitas irregularidades!!

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