O novo presidente dos Estados Unidos prometeu, no seu discurso de tomada de posse, resolver os desafios que o país atravessa e enfatizou a necessidade de mudança. “Os desafios que enfrentamos são reais. São sérios e são muitos”, afirmou Barack Obama, para depois enumerar os problemas económicos, políticos e sociais com que o país se defronta.
Obama começou por apontar que as “nuvens” que marcam o contexto de tomada de posse: guerra, fraco desempenho da economia, subida do desemprego, alto custo do sistema de saúde e mau uso da energia.
“A nossa economia está muito enfraquecida, consequência da ganância e irresponsabilidade de alguns, mas também de um falhanço colectivo em tomar as decisões difíceis e preparar a nação para uma nova era”, afirmou.
Para responder a este desafio, Obama promete colocar fim às lamentações, falsas promessas e recriminações que “há demasiado tempo estrangulam a nossa política”.
Ao longo de todo o discurso, o novo presidente apelou aos valores fundamentais delineados pelos Fundadores da Nação: trabalho, honestidade, coragem, tolerância, lealdade e patriotismo.
O novo presidente apelou a uma “nova era de responsabilidade – o reconhecimento, por parte de cada norte-americano de que temos deveres para connosco, a nossa nação e o mundo”, culminando numa forma mais activa de exercer a cidadania.
Obama aponta áreas de investimento público
O 44.º presidente dos Estados Unidos garantiu que esta nação “continua a (ser a) mais próspera” do mundo. “O estado da economia exige acção, audaz e suave e vamos agir – não só com a criação de novos empregos mas estabelecendo novas fundações para o crescimento”, disse.
Obama apontou as áreas de intervenção da equipa que lidera: obras públicas (estradas e pontes), novas tecnologias (banda larga), ciência, criação de uma base de dados do sistema de saúde, energia renovável e educação. A nova Administração prepara um plano de relançamento económico, no valor de 825 mil milhões de dólares.
A gestão dos dinheiros públicos estará sob atento escrutínio. Segundo Obama, será essencial “gastar sabiamente, mudar maus hábitos e agir à luz do dia – porque só assim poderemos restaurar a confiança vital entre o Povo e o seu Governo”.
Vencer o terrorismo e retirar as tropas do Iraque
Os Estados Unidos derrotaram o fascismo e o comunismo “com alianças sólidas e convicções fortes”, dizendo-se herdeiro de um legado que contempla o uso prudente do poder, da justeza das causas e a acção com humildade.
“Vamos começar por deixar responsavelmente o Iraque para o seu povo e forjar a paz no Afeganistão”, anunciou.
Obama, dirigindo-se aos responsáveis pelos movimentos terroristas, afirmou: “a nossa coragem é mais forte e não poderá ser quebrada; não sobreviverão, vamos derrotar-vos”.
Depois de apontar a diversidade de religiões praticadas nos EUA, Obama dirige-se ao “mundo muçulmano”, com quem procura uma nova forma de diálogo, “com base no interesse e no respeito mútuo”.
Obama toma posse sob forte dispositivo de segurança
Barak Obama é, aos 47 anos, o 44.º presidente dos Estados Unidos e o primeiro afro-americano a ocupar o cargo. Obama prometeu ajudar a transformar o medo em esperança e fazer vencer o valor da igualdade.
À sua tomada de posse assistiram milhões de norte-americanos, que desde a madrugada acamparam perto do Capitólio, em Washington.
A cerimónia contou com as maiores medidas de segurança de sempre: quatro mil polícias e mais quatro mil agências de outras 56 agências de segurança, 7.500 soldados e 10 mil guardas-civis, além de agentes dos serviços secretos e da polícia do Capitólio.
Fonte: RTP
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