quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Barack Obama conquista a Casa Branca e promete mudança


O democrata Barack Obama esmagou o republicano John McCain e conquistou a Presidência dos Estados Unidos com uma larga margem no Colégio Eleitoral. No discurso de vitória, o homem que inscreve o seu nome na História como o primeiro afro-americano eleito para a Casa Branca anunciou que “a mudança chegou à América”.

Quatro anos depois de o republicano George W. Bush ter assegurado, contra o senador John Kerry, um segundo mandato na Presidência, os eleitores dos Estados Unidos entregam a Casa Branca a um democrata e abrem um novo capítulo da História universal.

A partir de 20 de Janeiro, a Sala Oval terá à secretária, pela primeira vez, um político afro-americano. A administração do 44.º Presidente dos Estados Unidos terá pela frente um conjunto de desafios igualmente históricos – do peso da crise financeira e económica ao epílogo da intervenção militar no Iraque, da reforma do sistema de cuidados de saúde à revisão do modelo energético da maior potência mundial.

Na eleição presidencial de 2008, a América entregou o poder executivo aos democratas e pulverizou as esperanças de uma surpresa de última hora acalentadas pelo ticket republicano de John McCain e Sarah Palin.

Barack Obama bate John McCain na votação popular com um resultado de 52 contra 46 por cento. No Colégio Eleitoral, o candidato democrata excede de forma folgada a fasquia mínima de 270 votos: Obama assegura 349 dos 538 votos do corpo de grandes eleitores.

"A mudança chegou à América”

Mais de 200 mil pessoas acorreram ao Grant Park de Chicago para celebrar a vitória de Obama e ouvir as primeiras palavras do próximo Presidente dos Estados Unidos.

Ao lado do seu número dois, o senador Joe Biden, Barack Obama retomou o mote de uma campanha que começou a ser pensada há dois anos. A ideia da “mudança”, em Washington e no papel dos Estados Unidos diante da comunidade internacional, pontuou o discurso de vitória.
“Demorou a acontecer, mas esta noite, por causa daquilo que fizemos neste dia, neste momento decisivo, a mudança chegou à América”, disse o vencedor da eleição presidencial, sublinhado por demorados aplausos e manifestações de emoção.


“Esta é a resposta que levou aqueles a quem foi dito, durante tanto tempo e por tantas pessoas, para serem cínicos, receosos e duvidarem do que podemos alcançar a colocarem as mãos no arco da História e a dobrá-lo uma vez mais na direcção da esperança num dia melhor”, assinalou Obama.

O Presidente eleito prometeu depois trabalhar para curar a fractura política e ideológica dos Estados Unidos - os seus adversários, assim como os norte-americanos que confiaram os seus votos ao republicano John McCain, não serão esquecidos.

Para o adversário, Obama reservou palavras de apreço: “Ele suportou sacrifícios pela América que a maior parte de nós não pode sequer imaginar e estamos hoje melhor devido aos serviços prestados por este líder corajoso e generoso”.

McCain: "Esta é uma eleição histórica"

A partir de Phoenix, no Estado do Arizona, John McCain reconheceu a derrota e o veredicto do “povo americano”.

“Chegámos ao fim de uma longa viagem. O povo americano pronunciou-se e fê-lo claramente. O senador Obama alcançou algo grandioso para si e para o seu país”, afirmou o senador republicano.

“É natural sentir, esta noite, algum desapontamento. Mas amanhã temos de ultrapassar isto e trabalhar juntos para fazer avançar o nosso país”, propugnou.

O veterano da guerra do Vietname sublinhou também o significado histórico da vitória de Barack Obama.

“Esta é uma eleição histórica e reconheço o significado especial que ela tem para os afro-americanos e o orgulho especial que deve caber-lhes esta noite”, sublinhou McCain.

Desafios da administração Obama

Ao longo do duelo que travou com McCain, o senador democrata do Illinois propôs-se reabilitar a liderança e o papel inspirador dos Estados Unidos na arena internacional, favorecendo uma via de concertação com os países aliados. Prometeu também retirar as tropas norte-americanas do Iraque nos primeiros 16 meses do seu mandato e reorientar as prioridades da estratégia militar do Pentágono para o Afeganistão e o combate à guerrilha taliban.

Contudo, a primeira missão da administração Obama será gerir o recobro da América depois da pior crise financeira dos últimos 70 anos. Uma das propostas do próximo Presidente dos Estados Unidos passa pela aprovação de um novo pacote de estímulo orçado em 175 mil milhões de dólares e por uma aposta na reforma de infra-estruturas.

Foi precisamente o comportamento demonstrado no auge da crise financeira que valeu a Obama a confiança dos norte-americanos. As projecções da noite eleitoral mostram que seis em cada dez eleitores colocaram a economia no topo dos critérios de escolha.

Outro dos factores que pesaram a favor de Obama foi o ambiente hostil em torno do legado do Presidente George W. Bush, detentor de uma das mais baixas taxas de aprovação da história dos Estados Unidos.

McCain pugnou, durante a campanha, para se libertar da conotação com a Administração republicana, ao mesmo tempo que descrevia o candidato democrata com um “esquerdista” excessivamente preocupado com a distribuição de riqueza. Mas Obama foi bem sucedido ao fazer passar a ideia de que o adversário republicano representava um terceiro mandato das políticas de Bush e estava mal preparado para resgatar a América aos escolhos da crise.

Democratas expandem maioria no Congresso

Pela primeira vez desde 1992, os democratas voltam a ocupar a Presidência e a controlar as duas câmaras do Congresso, o Senado e a Câmara dos Representantes.

Para além da escolha do Presidente, os eleitores norte-americanos foram chamados a renovar 35 dos 100 assentos do Senado e os 435 assentos da Câmara dos Representantes.

Na câmara alta, indicam as projecções das estações televisivas norte-americanas, o Partido Democrático atinge uma maioria de 56 assentos, tendo conquistado cinco ao Partido Republicano e conservado outros 12. Na Câmara dos Representantes, os democratas vêem a sua maioria alargada para 235 assentos com os 199 dos congressistas republicanos.

“Esta noite recebemos um mandato. Não um mandato para um partido ou uma ideologia, mas verdadeiramente um mandato para a mudança e a esperança”, declarava na noite de terça-feira o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid.

Resultados

O apuramento dos resultados das mais de sete mil jurisdições eleitorais norte-americanas atribui a Barack Obama 349 dos 538 votos do Colégio Eleitoral, órgão que confirma a eleição do Presidente dos Estados Unidos.


Votação popular

Barack Obama: 60.154.776 votos (52 por cento)
John McCain: 53.920.528 votos (46 por cento)


Colégio Eleitoral

Barack Obama: 349 votos

O senador democrata vence nos Estados da Califórnia, Colorado, Connecticut, Delaware, Florida, Hawai, Illinois, Indiana, Iowa, Maine, Maryland, Massachusetts, Michigan, Minnesota, Nevada, New Hampshire, Nova Jérsia, Nova Iorque, Novo México, Ohio, Oregon, Pennsylvania, Rhode Island, Vermont, Virgínia, Washington, Distrito de Columbia e Wisconsin.

John McCain: 163 votos

O senador republicano vence nos Estados do Alasca, Arizona, Arkansas, Carolina do Sul, Dakota do Norte, Dakota do Sul, Géorgia, Idaho, Kansas, Kentucky, Louisiana, Mississippi, Montana, Nebraska, Oklahoma, Tennessee, Texas, Utah, West Virginia e Wyoming.

Fonte: Site RTP
Uma grande vitória por parte de Barack Obama, uma pessoa que promete mudar o Mundo. Será que vai conseguir? Esperemos que sim!
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Amanhã transmissão online, em directo e de borla neste blog do jogo da Taça UEFA (Grupos) Benfica x Galatasaray às 19h30

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