quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Ensaio: Mini John Cooper Works



Senhoras e senhores, eis o melhor Mini de sempre: o John Cooper Works. Chamemos-lhe apenas JCW. Disponível nas versões de três portas e Clubman, é o Mini mais potente alguma vez produzido em série.

Trata-se de uma operação de tuning oficial muito bem sucedida (mais uma, portanto), que torna ainda mais apetecível um dos maiores ícones da indústria automóvel mundial.

Ao contrário das anteriores versões com o mesmo nome, cujos kits de potência e travagem eram montados no serviço pós-venda, o novo JCW sai já da fábrica com todas as alterações mecânicas que o tornam uma das referências entre os desportivos compactos.

Passemos, sem mais demoras, para a sua análise.

Street racer


São tantas as especificações que se podem aplicar no Mini, que é, de facto, difícil eleger uma. No entanto, a versão JCW, com o seu ar de street racer, destaca-se de todas as outras graças à entrada de ar no capot; aos pára-choques agressivos; às pinças de travagem de cor vermelha; à vistosa dupla saída de escape colocada ao centro; às jantes “Challenge” de 17 polegadas (com pneus Continental ContiSportContact 3 SSR, de medida 205/45); aos letterings específicos (entrada de ar do pára-choques dianteiro; jantes; tampa da mala); e ao deflector no topo do óculo posterior.

Ao contrário do tejadilho e dos retrovisores pintados de preto (opção sem custo), as faixas “Racing” pretas no capot estão disponíveis por 90 euros. A “Colour Line Rooster Red” do interior custa, por seu turno, uns adicionais 150 euros. Mas quem quiser uma versão exactamente igual à que figura nestas páginas terá de despender, ainda, mais 9952 euros (3810 euros dizem respeito a equipamento opcional; 6142 euros referem-se aos acessórios JCW que são montados no serviços pós-venda – operação que demora cinco horas e meia e que implica um custo de mão-de-obra de 250 euros, já incluídos nesses exorbitantes 6142 euros)!

Antes de nos deliciarmos com os inúmeros detalhes estilísticos do habitáculo, enunciemos, então, todas as opções presentes nesta unidade. Comecemos pelo equipamento: versão Mini Chili (1900 euros – inclui suspensão desportiva, vidros com protecção solar, tapetes em alcatifa aveludada, kit de arrumação, faróis bi-Xénon, pacote de iluminação interior, rádio Mini Boost e segunda chave com controlo remoto); multifunções para o volante (190 euros); alarme (340 euros); esguichos do pára-brisas e retrovisores aquecidos (70 euros); retrovisor interior electrocromático (170 euros); botão para desactivar o airbag do passageiro (50 euros); sensores de estacionamento traseiros (330 euros); ar condicionado automático (330 euros); kit mãos-livres Bluetooth com interface áudio USB (430 euros).

Quanto aos acessórios JCW montados no serviços pós-venda: difusor de carbono para pára-choques traseiro (553 euros); friso da tampa da mala em carbono (309 euros); suportes para “Scuttles” laterais (37 euros); “Scuttles” laterais (103 euros); capas dos retrovisores em carbono (433 euros); barra anti-aproximação (259 euros); bacquets Recaro em pele (2458 euros); friso de entrada de ar para o capot em carbono (241 euros); kit aerodinâmico (1500 euros – inclui revestimento da embaladeira lateral, pára-choques dianteiro e traseiro e grelhas dianteiras); mão-de-obra (250 euros).

Eficácia, prazer de condução e performances explosivas são os grandes argumentos do Mini JCW

A qualidade muito boa, o posto de condução excelente e o design bem elaborado são outras virtudes do interior. O espaço disponível é acanhado e a mala oferece um volume reduzido. Face aos restantes Mini por nós ensaiados, este JCW destaca-se pelos logótipos específicos nas soleiras das portas, pela bandeira de xadrez colocado no lado direito do tablier, pelas aplicações em preto lacado e pelos pedais em alumínio. As inserções cromadas, os vários interruptores e o formato redondo dos mostradores dão vida ao habitáculo. Não existe outro modelo assim!

Turbopower


Equipado com um motor turbo de 1,6 litros dotado de tecnologia twin-scroll e injecção directa, o Mini JCW é um autêntico... “turbopower”! 211 cv e 260 Nm (280 Nm com a função overboost temporariamente activada) chegam e sobram para proporcionar uma condução desportiva, agressiva e, sobretudo, bem acima dos limites impostos pelo código. Com 1130 kg de peso, menos de 3,8 metros de comprimento, vias largas e pneus correctamente escolhidos, o Mini JCW é um autêntico “foguete”. Se as performances falam por si, o que dizer da sonoridade contagiante do motor?

De acordo com as medições por nós efectuadas, este super Mini necessitou de 6,7 segundos para atingir os 100 km/h, cumprindo os 400 metros em 14,7 segundos e os 1000 metros em 27,0 segundos. As reprises são igualmente muito boas e o valor medido na travagem está entre os melhores de sempre. A velocidade máxima preferimos não divulgar. Digamos apenas que 240 km/h no velocímetro não é o máximo. Os consumos são, claro está, elevados...

A suspensão muito firme, o baixo centro de gravidade, a direcção directa, os travões potentes, o comando da caixa agradável de manusear e os pneus eficazes são características que tornam este desportivo um modelo inigualável. As emoções são sempre em directo e o diálogo entre o veículo e o condutor estabelece-se sempre na segunda pessoa do singular.

Para além de um châssis equilibrado, o JCW dispõe, ainda, de diferencial autoblocante a 30%, controlo de estabilidade desligável em duas fases através do botão DTC e botão “Sport”. Uma vez premido este último, o veículo fica mais reactivo, pois torna a assistência da direcção mais directa e o tempo de resposta do acelerador é optimizado. A interacção entre o Mini e o condutor é, de facto, notável. Se tivéssemos de estabelecer um termo de comparação, diríamos que se trata de unha e carne. É que, para além da elevada carga emotiva que este desportivo transporta, ainda existem as reacções vividas em directo. Há alturas em que somos tentados a pensar que não existem limites para esta relação promíscua. E porque quem diz a verdade não merece castigo, aqui fica a confissão: andámos fora-da-lei durante seis dias...

Como sempre, deixámos o pior para último: o preço. Sem opções montadas e acessórios instalados, o Mini JCW custa 33 700 euros. Caso pretenda adquirir uma unidade exactamente igual à que figura nestas páginas, então, terá de despender nada menos do que 43 892 euros. É, sem dúvida, um perfeito exagero...

Fonte: Revista AutoMotor


Sem palavras para o descrever...

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